Vitória da extrema esquerda colocaria França “de joelhos”
Feldman e Lecaussin descrevem o programa da NFP como um programa comum socialista-comunista que, segundo eles, resultará em deterioração das finanças públicas, aumento do desemprego, queda do PIB médio per capita e da produtividade total
Em artigo assinado em conjunto, Jean-Philippe Feldman, professor de direito e advogado do Tribunal de Paris e Nicolas Lecaussin, diretor do Iref (Instituto de Investigação Econômica e Fiscal) alertam que a vitória da Nova Frente Popular – aliança de esquerda capitaneada pelo partido de extremista La France Insoumise – é mais perigoso para o país do que o programa da direita.
O programa de governo Rassemblement Nacional (RN) é preocupante, explicam os signatários do texto: “ele é claramente protecionista e antiliberal”, mas, acrescentam eles, o RN já voltou atrás em vários pontos. Além disso, em caso de vitória nas eleições legislativas, o partido, considerado por muitos como de extrema-direita, estaria sujeito a controles e equilíbrios significativos e a uma vigilância diária e rigorosa das suas ações.
“O perigo público número um que pesa sobre o nosso país é e continua a ser a Nova Frente Popular (NFP)”, declaram.
Assim como o atual Ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, Feldman e Lecaussin descrevem o programa da NFP como um programa comum socialista-comunista que, segundo eles, resultará em deterioração das finanças públicas, aumento do desemprego, queda do PIB médio per capita e da produtividade total.
O maior problema da NFP é que a extrema esquerda de Jean-Luc Mélenchon o domina: “O Partido Socialista está reduzido a desempenhar papéis úteis e a sua franja social-democrata foi marginalizada”, escrevem os autores. O radicalismo em torno na emergência climática também entrou no programa do NFP
Os signatários do artigo-manifesto denunciam o simplismo irresponsável do NFP:
“Ali florescem propostas simplistas. Os preços são muito altos? Vamos congelar os preços. A acomodação é muito cara? Vamos reiniciar a construção de habitação social. Os salários são muito baixos? Vamos aumentar o salário-mínimo e indexar os salários à inflação. Os serviços públicos estão funcionando mal? Vamos dar-lhes mais dinheiro. A longo prazo, o programa NFP endossa pura e simplesmente os mantras dos insoumises (proibições, intervencionismo total, planejamento, purgas fiscais, regulamentações, comportas do défict público abertas, etc.)
Ao problema da imigração e da criminalidade, o programa da esquerda responde com a mesma ligeireza e irresponsabilidade. Diante da imigração descontrolada e do crescimento exponencial do número de imigrantes ilegais, o programa insiste em facilitar a imigração e diante da delinquência diária “propostas vagas, com a ideologia subjacente segundo a qual a única violência é a policial”.
Nas 23 páginas do programa apresentado pela Nova Frente Popular não há números que indiquem como um programa de despesas tão dispendioso seria executado. Quando se insiste em relação à facticidade financeira do programa ouve-se os habituais discursos da esquerda de que os “ricos” vão pagar.
Em suma, Para Jean-Philippe Feldman e Nicolas Lecaussin, “o programa NFP, escrito sob a influência dos Insoumis, resultaria em colocar em poucas semanas a França, já num estado lamentável, de joelhos”. Para eles, “O NFP é um perigo mortal” e “os franceses foram avisados”.
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