“É um erro. Não concordo com sua abordagem”. Biden X Bibi?
As observações do presidente sobre um cessar-fogo marcam uma mudança em relação aos seus comentários anteriores, nos quais ele disse que cabia ao Hamas concordar com uma trégua e um acordo de libertação de reféns.
Em uma entrevista que foi ao ar na terça-feira, 9 de abril, Joe Biden criticou a abordagem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Gaza e instou Israel a pedir um cessar-fogo.
Os comentários sobre Netanyahu na recente entrevista foram um dos mais fortes em meio às crescentes tensões sobre o número de mortos de civis na guerra de Israel contra o Hamas.
“Acho que o que ele está fazendo é um erro. Não concordo com a sua abordagem”, disse Biden quando questionado sobre a forma como Netanyahu lidou com a guerra pela entrevistadora da Univision, uma rede de televisão norte-americana de língua espanhola.
Biden reiterou que um ataque de drone israelense na semana passada que matou sete trabalhadores humanitários de uma instituição de caridade com sede nos EUA em Gaza – e provocou um telefonema tenso com Netanyahu – foi “ultrajante”.
“O que peço é que os israelenses busquem um cessar-fogo, permitam durante as próximas seis, oito semanas, acesso total a todos os alimentos e medicamentos que entram no país”, disse Biden.
As observações do presidente sobre um cessar-fogo marcam uma mudança em relação aos seus comentários anteriores, nos quais ele disse que cabia ao Hamas concordar com uma trégua e um acordo de libertação de reféns.
Biden também intensificou a pressão sobre Israel para permitir mais ajuda à devastada Gaza, dizendo que tinha falado com a Arábia Saudita, a Jordânia e o Egito, e que eles estavam “preparados para transportar estes alimentos”.
“Não há desculpa para não atender às necessidades médicas e alimentares dessas pessoas. Isso deve ser feito agora”, acrescentou.
Israel disse que 468 caminhões de ajuda entraram em Gaza na terça-feira, 9, depois de 419 terem entrado na segunda-feira, o maior número nos seis meses desde o início do conflito. No entanto, a ONU disse que ainda era muito menos do que o mínimo necessário para satisfazer as necessidades humanitárias.
A polêmica e torno da ofensiva a Rafah
Biden apoiou fortemente Israel desde os ataques sem precedentes do Hamas a Israel, em 7 de Outubro, ao mesmo tempo que expressou preocupações crescentes sobre o custo humano em Gaza.
Mas foi só na sua teleconferência tensa com Netanyahu na semana passada que ele finalmente avisou que os Estados Unidos seriam forçados a mudar de política se Israel não mudasse as suas próprias práticas em Gaza.
Na reunião virtual, Biden disse que Israel deve permitir imediatamente a entrada de mais ajuda e proteger os civis, ao mesmo tempo que instou Netanyahu a “capacitar os seus negociadores” para alcançar rapidamente um cessar-fogo com o Hamas.
Israel respondeu concordando em abrir novas passagens de ajuda, ao mesmo tempo que anunciou no fim de semana que estava retirando as tropas da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza.
Mas as relações continuam tensas, já que Netanyahu insistiu que marcou uma data para uma grande ofensiva em Rafah, na fronteira egípcia, à qual Washington se opõe fortemente.
Eleições americanas
Com as eleições presidenciais dos EUA a se aproximarem, em Novembro, Biden também enfrenta uma oposição crescente à sua política em Gaza por parte dos eleitores muçulmanos e jovens, com aliados importantes apelando por uma mudança de rumo no apoio a Israel.
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