O ex-presidente americano Donald Trump apresentou, nesta segunda-feira, 26 de fevereiro, um recurso contra a decisão de um juiz nova-iorquino que o multou em US$ 454 milhões, o equivalente a quase R$ 2,3 bilhões, em um caso de fraude financeira.

O recurso foi submetido a um tribunal de segunda instância de Nova York com o objetivo de reverter o veredito emitido no dia 16 de abril.

Nessa decisão, o juiz Arthur Engoron concluiu que Trump inflacionou sua riqueza para obter empréstimos mais favoráveis e impôs uma multa de US$ 354 milhões. O julgamento durou três meses.

Multa do ex-presidente americano aumenta

Na última sexta-feira, 23, o juiz Engoron atualizou o valor da multa para US$ 454 milhões, acrescentando US$ 100 milhões em juros. Esse montante acumula juros diários no valor de US$ 114 mil.

Essa disputa legal, um dentre diversos outros enfrentados por Trump, começou a ser investigada em 2019.

A ação foi impetrada por Letitia James, procuradora-geral de Nova York, que foi repetidamente atacada pelo ex-presidente durante todo o processo.

Em janeiro, ele a descreveu como “política” e “corrupta” em uma publicação em sua rede social, a Truth Social.

Potencial impacto na corrida presidencial

Letitia James, membro do Partido Democrata, acusou Trump de superestimar seu patrimônio em até US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões) em documentos apresentados a bancos.

Essa multa pode afetar significativamente os recursos financeiros de Trump, já que ele está se preparando para concorrer novamente à presidência.

Atualmente, ele é considerado o favorito para ganhar as primárias do Partido Republicano e ser o candidato da sigla à presidência.

Em sua decisão de 16 de abril, o juiz também proibiu Trump de ocupar uma posição de liderança em qualquer empresa de Nova York por três anos e de procurar empréstimos de bancos registrados no estado.

A corte de segunda instância tem o poder de suspender o pagamento da multa enquanto o recurso é julgado, um processo que pode se arrastar por vários anos. Trump nega todas as irregularidades e diz ser vítima de perseguição política.

O caso de fraude em Nova York é apenas um dos processos civis enfrentados pelo ex-presidente, que também está respondendo a quatro acusações criminais, incluindo uma tentativa de reverter o resultado das eleições de 2020 e um ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.