“Daqui a 2 ou 3 anos, talvez não vivamos em um continente pacífico”
Glucksmann traçou um paralelo histórico, sugerindo que a Europa se encontra em uma situação semelhante à da Tchecoslováquia em 1938, quando os acordos de Munique sacrificaram a integridade do estado tcheco em prol de soluções temporárias

Em uma recente participação na emissora RTL, o eurodeputado Raphaël Glucksmann instou os líderes europeus a mobilizarem um empréstimo de 500 bilhões de euros para fortalecer a defesa do continente europeu.
A declaração ocorre em um momento crítico, coincidente com a anunciada reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin.
Glucksmann traçou um paralelo histórico, sugerindo que a Europa se encontra em uma situação semelhante à da Tchecoslováquia em 1938, quando os acordos de Munique sacrificaram a integridade do estado tcheco em prol de soluções temporárias.
“O que Trump está fazendo em relação à Ucrânia é exatamente isso”, afirmou o eurodeputado, expressando sua indignação ao acusar o presidente americano de estar disposto a “sacrificar a Ucrânia” e pôr em risco os “80 anos de paz na Europa”.
Ele defendeu que “nada deve ser decidido sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”, considerando Trump como uma marionete nas mãos de Putin.
Segurança da Europa em risco
Glucksmann ressaltou que muitos parecem alheios à gravidade da situação. Segundo suas palavras, “continuamos vivendo nossas vidas como se nada estivesse acontecendo enquanto nossa segurança está em risco”.
O eurodeputado não hesitou em afirmar que as ambições de Putin vão muito além da Ucrânia, alertando que “daqui a 2 ou 3 anos, talvez não vivamos mais em um continente pacífico”.
Ele citou declarações de Bruno Kahl, chefe dos serviços secretos alemães, que previu uma possível guerra russa no território da União Europeia antes de 2029.
No apelo aos líderes europeus, Glucksmann exclamou: “Saiam desse sono apático!”. Ele insistiu na urgência de implementar um plano que inclui não apenas o empréstimo de 500 bilhões de euros para defesa, mas também a necessidade de apropriar-se dos cerca de 200 bilhões de euros em ativos públicos russos atualmente congelados nas instituições financeiras europeias, que deveriam ser utilizados para fornecer assistência à Ucrânia.
Emmanuel Macron
O presidente francês, Emmanuel Macron, também expressou suas preocupações sobre a possibilidade de uma paz na guerra da Ucrânia, que implique capitulação, destacando que tal desfecho seria prejudicial para todas as partes envolvidas.
Macron questionou a sinceridade e a viabilidade de um cessar-fogo por parte de Putin, enfatizando que a decisão sobre negociações deve ser prerrogativa da Ucrânia, uma vez que diz respeito à sua soberania e integridade territorial.
Ele argumentou que é responsabilidade da comunidade internacional, especialmente dos países europeus, estabelecer garantias de segurança e definir regras que governem toda a região:
“Cabe à comunidade internacional, com um papel específico para os europeus, discutir as garantias de segurança e, de forma mais ampla, as regras de segurança para toda a região. É aí que dizemos que temos um papel a desempenhar”, insistiu.
Macron foi pioneiro ao sugerir o envio de tropas terrestres à Ucrânia como uma medida para garantir sua segurança em relação à Rússia caso ocorra um cessar-fogo.
Leia mais: Trump não tem um “plano pronto” para acabar a guerra, diz Zelensky
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Comentários (1)
Emerson H de Vasconcelos
14.02.2025 12:04Se não o ouvirem, .........verão.