A eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos surpreendeu o mundo quando Donald Trump foi declarado vitorioso, apesar de Hillary Clinton ter recebido cerca de 2,9 milhões de votos a mais no total nacional.

O que garantiu a vitória de Trump não foi a maioria dos votos, mas sim o sistema do Colégio Eleitoral, em que ele obteve 304 votos contra 227 de Clinton. A chave para essa vitória foi o “turnout” – o índice de comparecimento dos eleitores – em estados como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, onde a margem de vitória foi extremamente pequena.

Às vésperas daquela eleição, muitos analistas acreditavam que Clinton venceria. O Princeton Election Consortium, por exemplo, deu a ela uma chance de 99% de vitória, enquanto o New York Times indicava 85%. No entanto, o FiveThirtyEight foi mais cauteloso, prevendo uma chance de 65% a 71%.

As previsões subestimaram a força de Trump em estados cruciais, onde ele venceu com margens apertadas: em Michigan, foram apenas 10.704 votos (0,23% de diferença), na Pensilvânia, 44.292 votos (0,72%), e em Wisconsin, 22.748 votos (menos de 1%). Esses três estados juntos somaram 46 votos no Colégio Eleitoral, o suficiente para garantir a presidência a Trump. Um pequeno aumento no comparecimento de eleitores democratas poderia ter mudado completamente o resultado.

Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório, o que torna o “turnout” um fator decisivo. A participação eleitoral pode variar bastante de uma eleição para outra. Em 2020, o “turnout” foi de 66,1%, enquanto em 2016, a taxa foi de 55,7%. A diferença pode parecer pequena, mas quando o voto não é obrigatório, mobilizar eleitores para que compareçam às urnas é essencial.

Diversos fatores influenciam a presença. A idade é um fator importante: eleitores mais jovens tendem a aparecer menos às urnas. Em 2016, apenas 46% dos eleitores entre 18 e 29 anos votaram, enquanto 71% dos eleitores com mais de 65 anos compareceram às urnas.

Siga a leitura em Crusoé. Assine e apoie o jornalismo independente.