Crusoé: Presidente da Câmara dos EUA vai até o julgamento de Trump
Mike Johnson foi até Nova York — onde o ex-presidente é julgado por fraude ao pagar atriz pornô — acusar tribunal de ser fantasioso
O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Mike Johnson (Republicano-Louisiana; foto), fez uma aparição surpresa no julgamento de Donald Trump na cidade de Nova York. O parlamentar, o terceiro na linha de comando do país, foi prestar seu apoio ao ex-presidente e virtual candidato do seu partido, no caso que envolve o pagamento de 130 mil dólares pelo silêncio de uma atriz pornô com quem Trump teve relações nos anos 2000.
“Eu sou um advogado, um ex-litigador, e estou enojado com o que está acontecendo aqui e com o sistema de Justiça como um todo”, disse Johnson a jornalistas, na porta do tribunal.
“As ações do presidente neste caso já foram previamente analisadas e não foram apresentadas denúncias. Porque não há crime aqui”, disse Johnson. “Agora, oito anos depois, de repente eles ressuscitam essa coisa.”.
Ele se baseou nos mesmos argumentos feitos por Trump: o procurador que apresentou as denúncias contra Trump seria um democrata; o juiz, um doador da campanha de Joe Biden (Juan Merchan de fato doou o equivalente a 77 reais para a campanha de Biden). Ele também criticou o depoimento principal do dia— o de Michael Cohen, advogado que agia como braço-direito de Donald Trump até este assumir a presidência, em 2017.
Cohen (que atendia o telefone para Trump, por exemplo) foi o responsável por pagar 130 mil dólares a Stormy Daniels, pouco antes das eleições de 2015, para obter o silêncio dela sobre o tema — enquanto em outra frente uma outra revista foi usada para enterrar a história.
Nesta segunda-feira, 13, no primeiro dia de depoimento, Cohen revelou que o que mais preocupava Trump era, na verdade, o vazamento da fita onde fazia comentários machistas dentro de um ônibus onde era gravado um programa de TV. Ele não via problemas em se separar da mulher pelas falas, inclusive questionando Cohen “quanto tempo você acha que eu fico no mercado?”
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