Crusoé: Os alarmes soam na Alemanha
Partido Alternativa para Alemanha se tornou o primeiro partido de direita radical a vencer eleições estaduais no país desde a Segunda Guerra
A direita radical está em ascensão na Alemanha. No dia 1º, a Alternativa para Alemanha (AfD, em alemão) foi o partido mais votado na eleição estadual de Turíngia e o segundo na da Saxônia. A legenda ainda é favorita para o pleito em Brandenburgo, quarto maior estado da federação alemã em número de habitantes. A votação ocorre em 22 de setembro. Ainda não é possível afirmar que a AfD participará dos governos desses estados, que demandam a formação de coalizões. A sigla deve bater de frente com os conservadores tradicionais da União Democrática Cristã (CDU, em alemão). O partido da ex-chanceler Angela Merkel também teve resultados expressivos em Turíngia e na Saxônia e está no páreo em Brandenburgo. O presidente nacional da CDU, Friedrich Merz, já anunciou no final de agosto que não haverá coalizão com a AfD em nenhum nível. Mas, ainda que não chegue a nenhum governo, a AfD já se tornou o primeiro partido de direita radical a ganhar uma eleição estadual na Alemanha desde a Segunda Guerra.
A força da AfD se concentra na parte oriental da Alemanha. Turíngia, Saxônia e Brandenburgo fazem parte dessa região, que, até 1989, estava sob uma ditadura comunista satélite da União Soviética. Antes das eleições estaduais de setembro, a antiga Alemanha Oriental já havia catapultado a AfD a resultados inéditos nas eleições de junho ao Parlamento Europeu. O partido foi o primeiro mais votado na região, com quase um terço dos votos – mas apenas o quarto na parte ocidental, com menos de 15%. Como Crusoé explicou em 2021, quando a AfD conseguiu 10% dos assentos no Parlamento alemão, os eleitores da antiga Alemanha Oriental costumam fazer votos de protesto. Um dos motivos é o ressentimento em relação à parte ocidental, que continua a ter maiores salários e menor taxa de desemprego. A plataforma da AfD, no entanto, não está voltada apenas a essas questões.
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