Crusoé: Milei, mais determinado que Bolsonaro
Presidente da Argentina fechou a agência estatal de notícias Télam, que era usada para propaganda partidária. Ex-presidente brasileiro prometeu, mas não ousou mexer na EBC
O presidente da Argentina, Javier Milei (à direita em pinturas de Richard Somonte, ao lado de Huerta de Soto), anunciou na noite da sexta-feira, 1º, que irá fechar a agência estatal de notícias Télam. Na manhã desta segunda-feira, 4, os funcionários que chegaram para trabalhar foram avisados de que serão dispensados por sete dias. O edifício foi cercado com tapumes metálicos para impedir a entrada dos 700 empregados.
A Télam é o equivalente argentino da Empresa Brasileira de Comunicação, a EBC, que já teve seu fechamento prometido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Página em reconstrução“
Quem tenta entrar no site da agência encontra o símbolo do governo argentino e a frase: “Página em reconstrução.”
Ao meio-dia desta segunda, os trabalhadores, organizados em dois sindicatos, prometeram um “abraço simbólico” em volta do prédio da agência.
Nos anos de governo kirchnerista, a agência foi instrumentalizada para fazer propaganda do governo. Com isso, passou a ser vista como um veículo partidário e a ser rejeitada por muitos argentinos que não comungavam da ideologia oficial. “Vamos fechar a agência Télam, que tem sido utilizada nas últimas décadas como agência de propaganda kirchnerista“, prometeu Milei em um discurso no Congresso, no dia 1º;
Além disso, Milei está empenhado em conseguir superávits nas contas públicas e, para isso, precisa cortar custos.
Ao fechar a agência com tapumes metálicos, Milei faz o que Jair Bolsonaro nunca ousou fazer.
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