Crusoé: México vai até Haia contra o Equador
Governo de AMLO quer que Quito responda por invasão e violação de sua embaixada, que motivou o imediato rompimento das relações entre os países
O governo mexicano não quer que o rompimento de relações com o Equador, iniciado no sábado, 6, seja resolvido apenas com uma mensagem dura entre os dois países. O governo de Andrés Manuel López Obrador quer que a Corte Internacional de Justiça, em Haia, se manifeste sobre o assunto.
O conselheiro jurídico da Secretaria de Relações Exteriores do México, Alejandro Celorio, disse que o governo de seu país deve apresentar uma ação na corte internacional para amplificar sua mensagem contra o governo de Daniel Noboa.
“O que o México busca é que isso não se repita, claro, não só no Equador contra a embaixada do México e seu pessoal, mas contra nenhuma embaixada de qualquer país, incluída a do Equador em qualquer outro país do mundo”, disse Celorio ao canal de TV a cabo mexicano Milenio.
Ele continuou: “O que esperamos é da Corte Internacional de Justiça é uma confirmação do que disse o México: ‘Como o Equador atuou é uma violação ao direito internacional’ e que diga que os recintos e locais diplomáticos gozam de imunidade.”
Os dois países tinham uma relação diplomática sólida de 194 anos — que ruiu em algumas horas, após policiais sob o comando de Daniel Noboa invadirem a embaixada mexicana atrás de Jorge Glas, o ex-vice-presidente do país nos anos de Rafael Correa.
O político de esquerda havia sido condenado por um desdobramento da Lava Jato no país: ele havia sido gravado recebendo suborno da Odebrecht, que destinou cerca de 13 milhões de dólares ao político. Condenado pelo crime, Glas havia se refugiado em dezembro na embaixada do México, onde estava desde então.
O governo de Daniel Noboa chegou a pedir autorização para entrar na embaixada e levar o político, mas o governo mexicano, que tem tradições em garantir asilos em suas embaixadas, alegou imunidade para impedir a entrada — que acabou sendo feita à força no último sábado. Após o ato, condenado pela comunidade internacional, o governo de AMLO anunciou o rompimento de relações imediatamente.
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