A base do governo da presidente do Peru, Dina Boluarte (foto), barrou dois pedidos de impeachment no Congresso nesta quinta-feira, 4 de abril, pelo caso do Rolex.

A oposição nem conseguiu levar o tema à fase de debates em plenário.

Era preciso 48 votos de um total de 130 congressistas para, pelo menos, se debater os pedidos. Um dos pedidos obteve 33 votos e o outro, 32.

Esta é a terceira vez que Dina, na Presidência desde dezembro de 2022, sobrevive a uma tentativa de impeachment, oficialmente chamada de “vacância” no Peru.

Nas outras duas, os processos chegaram a votação no plenário da câmara única do Congresso peruano.

O primeiro pedido de impeachment foi a votação ainda no início do mandato de Dina, na esteira da morte de 50 manifestantes durante os protestos que sucederam o impeachment de seu antecessor, Pedro Castillo, em dezembro de 2022.

O Congresso do Peru a blindou em abril de 2023, com 64 votos contra o pedido e 37 a favor. É preciso 52 votos para derrubar um presidente do cargo.

A segunda tentativa de destituição foi barrada pelo Congresso no mês passado, março, por 69 votos a 38, e envolvia suposta irregularidade em uma viagem da mandatária ao exterior.

O que é o caso do Rolex?

Dina é suspeita de enriquecimento ilícito, após uma reportagem jornalística mostrar indícios de um conjunto de jóias avaliado em meio milhão de dólares.

As estrelas do conjunto seriam cerca de 15 relógios de luxo, o que levou o escândalo a ser chamado de “caso Rolex”.

O problema legal é que a mandatária não declarou os supostos bens à Receita quando chegou ao poder, o que é obrigatório no Peru — ela foi eleita em 2021 como vice na chapa de Pedro Castillo, que, no ano seguinte, sofreu impeachment.

Na Presidência do Peru, Dina tem um salário de 4 mil dólares, ou R$ 20 mil.

Diante das suspeitas, a Polícia Nacional cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência da mandatária, em Lima, em plena Sexta-Feira Santa, em 29 de março.

As autoridades encontraram…

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