Crusoé: Cruzada no Camboja contra buzinas engraçadinhas
Primeiro-ministro, que assumiu o país após comando de 40 anos do pai, decidiu banir buzinas de caminhão após vídeo mostrar crianças se divertindo com eles
Em uma ideia que lembra os decretos do governo do ex-presidente Jânio Quadros (1961), o Camboja anunciou que irá proibir as buzinas musicais popularmente usadas por caminhões no país. O motivo da decisão: vídeos em redes sociais mostrariam “atividade inapropriada cometida por algumas pessoas, especialmente jovens e crianças, dançando à beira da estrada, às músicas das buzinas dos caminhões”.
A decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro do país, Hun Manet — que assumiu no ano passado o controle do país, após seu pai se manter 38 anos no cargo. “Essa atividade dançante afeta a ordem na estrada, bem como representa riscos de viagem e principalmente pode causar perigo às crianças”, ele escreveu.
Há vídeos que mostram a cena. A simpática dancinha das crianças, no entanto, virou assunto de política nacional.
Agora, o ministro de Obras e Transportes do país está encarregado de fiscalizar potenciais buzinas modificadas e obrigar os caminhoneiros do país a retomá-la ao modelo original. O próprio Hun Manet disse que a medida não é inédita, já sendo adotada em algumas províncias do país, sendo nacionalizada apenas agora.
“Gostaria também de apelar às empresas de transportes, bem como aos irmãos e irmãs que são condutores de grandes veículos, a colocarem corretamente as peças de acordo com o recomendado e evitar a instalação de peças que levam ao encorajamento dos cidadãos, especialmente sobrinhos e sobrinhas a dançar na estrada”, escreveu em um longo comunicado no Facebook, explicando sua decisão.
Mais de quatro décadas depois do fim da ditadura de Pol Pot, que varreu o país, o Camboja hoje é mais lembrado por atributos turísticos como o templo de Angkor Wat. Politicamente falando, pouco mudou em Phnom Penh: o país continua sob uma ditadura de partido único, historicamente liderada por Hun Sen, ex-integrante do Khmer Vermelho do ex-ditador.
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