Crusoé: Cessar-fogo traz difícil dilema para Netanyahu
Caso Israel aceite a proposta feita pelo presidente americano Joe Biden, partidos da coalizão podem derrubar o governo do primeiro-ministro
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (foto), está em um difícil dilema. Se barrar as negociações para um cessar-fogo, perderá o apoio dos americanos e dos familiares de reféns israelenses. Se seguir adiante e um cessar-fogo for assinado, pode perder o seu posto.
Na sexta, 31, os Estados Unidos anunciaram que um acordo de cessar-fogo estaria na mesa, faltando apenas a aprovação do grupo terrorista Hamas.
Nesse dia, o presidente americano Joe Biden publicou nas redes sociais que Israel teria oferecido um mapa do caminho para um cessar-fogo, incluindo a libertação de todos os reféns. O Catar teria enviado a proposta ao Hamas, segundo Biden.
“É hora de esta guerra acabar“, disse Biden.
Nesta segunda, 3, o ministro de Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, afirmou que as primeiras declarações do Hamas indicam que os terroristas receberam o plano de maneira “positiva” e só estariam esperando o posicionamento israelense.
O cessar-fogo aconteceria em três etapas, de acordo com o plano de Biden. Na primeira fase, todas as forças israelenses teriam de sair das áreas populosas de Gaza e todos os reféns seriam liberados. Na segunda, todas as forças israelenses deixariam a Faixa de Gaza. Na terceira, teria início um plano de reconstrução do território e os últimos corpos de sequestrados voltariam para as suas famílias.
Por que Netanyahu não pode aceitar um cessar-fogo?
O problema para Netanyahu é que, se ele aceitar o plano de Biden, ele pode perder o posto de primeiro-ministro.
Dentro da coalizão de governo de Netanyahu estão ministros mais à direita, que rejeitam qualquer acordo com o Hamas e querem a continuação da guerra.
Se esses partidos menores retirarem o apoio a Netanyahu, o governo cai e eleições antecipadas são convocadas.
No domingo, 2, o ministro das Finanças, Bezalei Smotrich, e o ministro da segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaçaram derrubar o governo caso um acordo de cessar-fogo seja costurado.
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