Crusoé: Amorim minimiza reclamação de Maduro: “Mal-estar”
Em seu programa semanal de TV, o ditador venezuelano acusou o Itamaraty de "conspirar" contra a Venezuela há muitos anos
O assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, que chefia o Itamaraty Paralelo do governo Lula de acordo com seus interesses, minimizou na terça-feira, 29, a reclamação do ditador Nicolás Maduro sobre o veto do Brasil à entrada da Venezuela no Brics, grupo que originalmente reunia Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o ex-chanceler afirmou que há um “mal-estar” no relacionamento entre os dois países.
“Há um mal-estar hoje. Torço para que desapareça, mas vai depender de algumas ações”, afirmou.
Amorim também evitou chamar a decisão de “veto”.
“As decisões são tomadas por consenso, e o Brasil achou que neste momento a Venezuela não contribui para o melhor funcionamento do Brics.”
Segundo o chefe do Itamaraty paralelo, “formalmente não houve veto”, porque não ocorreu uma votação em Kazan.
Sobre a crise política na Venezuela, agravada após a farsa eleitoral montada por Nicolás Maduro em 28 de julho, Amorim disse que a questão deve ser resolvida pelos venezuelanos.
“Estamos acompanhando de perto esse processo político, mas a solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos, por meio do diálogo, e não imposta de fora. Esse entendimento difícil é necessário, porque temos uma fronteira de 2.000 km com a Venezuela, temos que cooperar contra a criminalidade internacional, proteger povos indígenas e preservar a Floresta Amazônica.”
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Maduro dispara contra o Itamaraty
Insatisfeito com o veto brasileiro à entrada da Venezuela no Brics, o ditador venezuelano disparou contra o Itamaraty em seu programa semanal na TV pública venezuelana, veiculado na segunda-feira, 28.
“O Itamaraty tem sido um poder dentro do poder no Brasil há muitos anos. Sempre conspirou contra a Venezuela. É uma chancelaria muito ligada ao Departamento de Estado americano, desde a época do golpe de Estado contra João Goulart.
Prefiro esperar que Lula observe, esteja bem informado sobre os acontecimentos, e que ele, como chefe de Estado, em seu momento, diga o que tem que dizer.”
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