Covid-19 pode provocar suicídio dos espermatozoides, aponta estudo
Descoberta pode redefinir o entendimento sobre as ramificações a longo prazo da Covid na fertilidade masculina.
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) identificou que o vírus da Covid-19 pode permanecer ativo nos espermatozoides por até 110 dias após a infecção inicial.
Este fato pode redefinir nosso entendimento sobre as ramificações a longo prazo da Covid na fertilidade masculina.
A pesquisa revelou através de exames microscópicos e de técnicas avançadas de imagem, não só a persistência do vírus, mas também que ele desencadeia um mecanismo de autodestruição dos espermatozoides.
Como o SARS-CoV-2 afeta o sistema reprodutor masculino?
Em detalhe, os pesquisadores perceberam que o SARS-CoV-2 (vírus da Covid-19) possui uma afinidade particular pelo tecido testicular.
Isso se deve ao alto número de receptores ACE2 e a presença da proteína TMPRSS2 nos testículos, que facilitam a entrada e a ligação do vírus às células humanas.
Este padrão não é tão propenso nas mulheres, uma vez que os ovários não apresentam a mesma predisposição.
Comportamento inesperado provocado pela Covid-19 nos espermatozoides
Surpreendentemente, as análises revelaram que os espermatozoides não apenas continham RNA viral, mas também iniciavam uma espécie de “sacrifício” celular.
Este processo, chamado de “armadilha extracelular neutrofílica”, geralmente é típico das células imunológicas como os neutrófilos.
Os espermatozoides, ao ativarem esse mecanismo, rompiam suas membranas e liberavam seu DNA, formando redes que inativavam o vírus.
Implicações para a fertilidade masculina
Os potenciais impactos dessa descoberta são vastos.
A integridade e a funcionalidade dos espermatozoides comprometidas poderiam levar a problemas de fertilidade.
Os especialistas recomendam que homens recuperados da COVID-19 esperem pelo menos seis meses antes de tentarem conceber, seja naturalmente ou através de tecnologias de reprodução assistida.
Essa nova função imunológica dos espermatozoides abre um novo campo de estudos sobre como as células reprodutivas masculinas podem desempenhar não apenas na reprodução, mas também na proteção contra patógenos.
Essa descoberta poderia levar a novas estratégias terapêuticas que utilizem essa característica particular dos espermatozoides para combater o vírus de maneira eficaz.
A pesquisa da USP traz luz sobre aspectos antes desconhecidos do SARS-CoV-2, mostrando que o impacto da pandemia pode estender-se muito além do que é visível.
Mantém-se a necessidade de novos estudos para explorar completamente as consequências dessa interação vírus-humano, com o objetivo de proteger a saúde reprodutiva masculina em um cenário pós-pandemia.
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