Correspondentes estrangeiros condenam ameaças de Maduro
Ditadura venezuelana acusou agências internacionais de ter um plano para não reconhecer a vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho
A Associação de Imprensa Estrangeira (APEX) da Venezuela condenou as agressões contra “o trabalho jornalístico de parte das autoridades ou dos atores políticos no calor da campanha eleitoral na Venezuela”.
Em comunicado divulgado no sábado, 20 de julho, a entidade pediu aos políticos venezuelanos para “não envolver a imprensa internacional em debates políticos, nem em acusações infundadas”.
“O trabalho que realizamos é feito com respeito pelas tendências políticas da Venezuela. A nossa única função é informar”, acrescentou.
O comunicado foi divulgado após a ditadura de Nicolás Maduro (foto) ter acusado as agências internacionais de ter um plano para acusar fraude eleitoral nas eleições de 28 de julho.
Na sexta-feira, o diretor da campanha do regime, Jorge Rodríguez, convocou a imprensa e afirmou que a oposição sabe que Maduro ganhará nas urnas e planeja não reconhecer os resultados.
Rodríguez também disse ainda que a CNN participaria de uma campanha para dizer que houve fraude eleitoral.
Um dia antes, Maduro afirmou que a Venezuela pode ter um “banho de sangue” caso ele perca a farsa eleitoral.
“O destino da Venezuela no século 21 depende de nossa vitória em 28 de julho. Se não quiserem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, disse o ditador em comício.
A campanha eleitoral na Venezuela está marcada pela censura, pela perseguição aos opositores e pela violação aos direitos humanos.
No podcast Latitude, o sociólogo venezuelano Rafael Uzcátegui, da ONG Laboratório de Paz, afirma que 47 sites foram bloqueados e que há uma ordem não escrita do governo proibindo jornalistas de entrevistar o candidato da oposição Edmundo González Urrutia.
Nos primeiros seis meses do ano, foram presas 51 pessoas por razões políticas. Apenas nos três primeiros dias de campanha, que teve início no dia 4, foram detidas 26 pessoas. No primeiro semestre do ano, foram fechadas catorze rádios em todo o país. Nos três primeiros dias, mais duas foram encerradas.
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