Coreia do Norte confirma pela 1ª vez envio de tropas para apoiar Rússia
Segundo o regime norte-coreano, as forças contribuíram para a "libertação do território russo ocupado pela Ucrânia", em referência a Kursk

A Coreia do Norte confirmou neste domingo, 27, pela primeira vez, que enviou tropas para lutar ao lado da Rússia na guerra contra a Ucrânia, seguindo ordens do líder Kim Jong Un.
Segundo o regime norte-coreano, suas forças contribuíram para a “libertação do território russo ocupado pela Ucrânia”, em referência à região de Kursk.
O reconhecimento ocorre meses após relatos iniciais levantados por autoridades ucranianas e sul-coreanas, além de declarações do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, no fim de 2024.
Na ocasião, Rutte alertou para uma “escalada significativa da guerra ilegal da Rússia” com a participação de soldados norte-coreanos na linha de frente.
Relatórios da inteligência sul-coreana indicam que mais de 11 mil soldados norte-coreanos foram enviados à Rússia desde o final de 2024.
Entre janeiro e fevereiro deste ano, cerca de 3 mil reforços teriam sido enviados após milhares de baixas provocadas pela falta de treinamento em guerra moderna, especialmente no uso de drones.
A agência estatal norte-coreana KCNA destacou que a participação militar na guerra reforça a “firme amizade militante” entre Pyongyang e Moscou. A Coreia do Norte, segundo a KCNA, vê como “uma honra” manter uma aliança com “um Estado tão poderoso como a Federação Russa”.
O reconhecimento formal da presença norte-coreana ocorre em meio aos esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, para negociar um cessar-fogo entre Moscou e Kiev. Como parte das negociações, Washington pressiona para que a Ucrânia aceite ceder territórios, incluindo partes da Crimeia — proposta rejeitada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
No sábado, Trump e Zelensky se encontraram em Roma, antes do funeral do papa Francisco, em uma reunião descrita como “muito produtiva” pela Casa Branca. Zelensky afirmou que o encontro “pode se tornar histórico” caso produza resultados concretos.
Fotos divulgadas pelo gabinete ucraniano mostram Trump e Zelensky frente a frente em um salão de mármore. Em outra imagem, os dois aparecem ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e do presidente francês, Emmanuel Macron.
Trump questiona Putin
Donald Trump, como mostramos, afirmou no sábado que o ditador russo Vladimir Putin pode estar “enrolando” nas negociações de paz na Ucrânia.
Em publicação na Truth Social, Trump disse que “não há razão” para a Rússia atacar regiões civis e sugeriu que novas sanções, inclusive “sanções bancárias”, podem ser impostas.
“Me faz pensar que, talvez, ele não queira parar a guerra, esteja apenas me enrolando, e isso tem de ser abordado de forma diferente”, escreveu. “Muitas pessoas estão morrendo!!!”
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