Comissão condena assassinato de palestino pelo Hamas e detalha tortura
Família de Odai Naser Saadi Al-Rubai, de 22 anos, havia pedido apoio das entidades internacionais de direitos humanos
A Comissão Independente de Direitos Humanos na Palestina, em nota divulgada em árabe, condenou o “assassinato extrajudicial” do civil palestino Odai Naser Saadi Al-Rubai, de 22 anos, da Cidade de Gaza, e exigiu “investigação urgente sobre as circunstâncias do incidente”, considerando-o “uma grave violação do direito à vida”.
Como O Antagonista noticiou no domingo, 30 de março, Odai foi, segundo sua família, torturado e executado pela ala Al-Qassam do Hamas, após ter participado da onda de protestos locais contra o grupo terrorista.
Eis a nota da Comissão:
“De acordo com as informações da autoridade, o cidadão foi sequestrado na noite de sexta-feira, 28 de março de 2025, por volta das 20h30, em frente à sua sede de deslocamento na Escola Preparatória Tel Al-Hawa, no bairro de Tel Al-Hawa, por um grupo armado.
De acordo com um comunicado emitido pela família do falecido, a família soube de seu paradeiro a partir de esforços de pesquisa e investigação e, após cerca de seis horas, recebeu informações sobre sua presença no Hospital Al-Quds.
Quando os familiares chegaram para recebê-lo, descobriu-se que ele estava em estado crítico de saúde, o que exigiu sua transferência para o Complexo Médico Al-Shifa.
De acordo com a declaração da família, seu corpo mostrou sinais de tortura severa, e ele estava amarrado pelo pescoço e pelas mãos, e sofreu de feridas de goma, múltiplas queimaduras internas, sangramento interno, choque grave no nervo e no sangue, além de uma explosão no nervo cardíaco e fraturas na cabeça, pelve e costas.
Em seu comunicado, a família responsabilizou as Brigadas Al-Qassam totalmente pelo incidente, exigindo retribuição urgente contra os perpetradores e que sejam levados à justiça.
A Comissão acredita que este crime ocorre no contexto do agravamento da situação de segurança, da proliferação de armas e da ausência do Estado de Direito na Faixa de Gaza, que constitui uma séria ameaça aos direitos e liberdades públicos.
Assim, a Comissão pede o seguinte:
- Abrir uma investigação imediata e independente sobre o assassinato do cidadão Adi Al-Rabi, revele a identidade dos perpetradores e leve-os a julgamento de acordo com as disposições da lei, para garantir que eles não sejam impunes.
- Parar os ataques extrajudiciais contra os cidadãos e garanta a adesão estrita às disposições da lei palestina e aos padrões internacionais de direitos humanos.
- Limitar os procedimentos às autoridades legalmente autorizadas para impor a ordem, cumprindo-se as normas legais em casos de prisão e a aplicação de procedimentos judiciais no âmbito da lei.
- Aprimorar a transparência e fornecer informações precisas sobre eventos que afetam a opinião pública, garantindo o direito do público de saber e limitando a circulação de rumores que ameaçam a paz social.
- Tomar medidas dentro da estrutura da lei para garantir que esse incidente não se repita.“
Perseguição do Hamas
No domingo, 30, além da nota divulgada pela família, o irmão da vítima divulgou um vídeo gravado por Odai antes de sua morte.
Nele, Odai diz que membros do Hamas o estavam perseguindo, que queriam atirar nele e que não tinha mais onde se esconder depois que invadiram sua casa procurando por ele.
Pouco depois, eles o encontraram, sequestraram, torturaram por quatro horas e o executaram, de acordo com os relatos locais.
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