O cientista canadense Michael Worobey publicou nesta quinta (18) artigo na revista Science afirmando que o caso mais antigo conhecido de Covid foi o de uma vendedora em um mercado de Wuhan, e não o de um contador que morava a 30 quilômetros do local, como registrado em um influente relatório da OMS.

No fim de março, a OMS publicou um relatório que diz: “O caso relatado com a data mais antiga (8 de dezembro) não tem história de exposição ao Mercado Huanan [em Wuhan]”.

Em seu artigo, Worobey acrescenta que esse paciente era um contador de 41 anos. Quando entrevistado, o contador disse que seus sintomas começaram com uma febre em 16 de dezembro; a doença do dia 8 estava relacionada a um problema dental. Worobey acrescenta que esse relato é corroborado por registros hospitalares e um artigo científico. Portanto, “[i]sto indica que ele foi infectado por meio de transmissão comunitária depois que o vírus já tinha começado a se espalhar a partir do Mercado Huanan”.

O aparecimento de sintomas no contador veio depois de vários casos em funcionários do Mercado Huanan, o que, segundo Worobey, torna “uma vendedora de frutos do mar lá [no mercado] o caso mais antigo conhecido, com o início da doença em 11 de dezembro [de 2019]”.

Em maio deste ano, Worobey assinou, juntamente com outros cientistas, um artigo na Science pedindo investigações sobre as origens do novo coronavírus, afirmando que “teorias sobre vazamento acidental de laboratório e transbordamento zoonótico [ou seja, o vírus passar de outro animal para um humano] permanecem viáveis”.

No artigo desta semana, o biólogo afirma que o fato de os casos sintomáticos mais antigos estarem ligados ao Mercado Huanan “fornece fortes evidências de uma origem da pandemia em um mercado de animais vivos”.

Worobey é chefe do departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade do Arizona. Ele fez descobertas, por exemplo, sobre a origem e a disseminação do HIV.

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