China oferece crédito bilionário e amplia presença na América Latina
Governo Xi Jinping anuncia US$ 9,2 bilhões em linha de crédito durante Fórum China-CELAC

O governo chinês ampliou sua presença estratégica na América Latina ao anunciar, durante o quarto encontro ministerial do Fórum China-CELAC, uma linha de crédito de US$ 9,2 bilhões para países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
No discurso de abertura, o presidente Xi Jinping criticou práticas de “coerção” internacional e reiterou o compromisso chinês com o multilateralismo e a cooperação entre países em desenvolvimento.
Criado em 2015, o Fórum China-CELAC completa dez anos como principal plataforma de articulação entre a China e os países latino-americanos.
Segundo o governo chinês, mais de 200 projetos de infraestrutura já foram financiados na região desde então, com geração estimada de 1 milhão de empregos.
Entre os exemplos citados está o porto inteligente de Chancay, no Peru, construído com capital da estatal COSCO Shipping.
O pacote anunciado inclui investimentos em energia renovável, agricultura, inteligência artificial, telecomunicações e projetos digitais.
Também estão previstas 300 bolsas de estudo e treinamentos para lideranças políticas e profissionais da CELAC nos próximos três anos.
Paralelamente, o governo dos Estados Unidos e o governo chinês chegaram a um acordo para reduzir tarifas comerciais por 90 dias.
As tarifas americanas sobre produtos chineses caíram de 145% para 30%, enquanto as tarifas chinesas sobre produtos dos EUA passaram de 125% para 10%.
O entendimento, firmado após negociações em Genebra, prevê também a suspensão de barreiras não tarifárias impostas pela China. A trégua foi bem recebida nos mercados financeiros internacionais.
No contexto da Iniciativa Cinturão e Rota, 22 países da América Latina já formalizaram adesão ao plano chinês de expansão logística e comercial.
A entrada mais recente foi a da Colômbia, em 2025. Brasil e México não participam oficialmente, mas mantêm interlocução bilateral com o governo chinês.
Neste ano, o Panamá se tornou o primeiro país da região a se retirar da iniciativa, sob pressão do governo dos Estados Unidos.
O comércio entre a China e a América Latina ultrapassou US$ 500 bilhões em 2024, impulsionado por aportes chineses em setores como energia limpa, infraestrutura e tecnologia da informação.
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