China condena ataques de Israel ao Irã e se oferece para mediar conflito
A China atua como um protetor diplomático para o Irã, ajudando-o a mitigar os efeitos das sanções impostas pelo Ocidente desde 2018

O líder do Partido e Estado chinês, Xi Jinping, alerta contra a escalada e sugere a China como mediadora da paz.
O líder do Partido Comunista e ditador da China, Xi Jinping, expressou preocupações sobre a escalada das tensões no Oriente Médio.
A China possui interesses estratégicos e econômicos significativos na região do Oriente Médio. No entanto, diante da crescente instabilidade, a capacidade do governo chinês de intervir parece limitada.
Apesar de Xi ter afirmado que a China está pronta para colaborar na “restauração da paz e estabilidade”, muitos analistas consideram que Pequim não tem condições reais de desempenhar um papel de mediador eficaz.
A situação com Israel, por exemplo, está deteriorada, restringindo ainda mais as possibilidades de intervenção da China.
Durante diálogos recentes com líderes do Irã e de Israel, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, defendeu apenas uma desescalada através de diálogo e negociações.
As preocupações internas em Pequim têm crescido à medida que o conflito entre Israel e Irã ameaça se intensificar.
Um porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China alertou que um agravamento do conflito poderá resultar em sérias consequências para todos os envolvidos.
China ordena evacuação de seus cidadãos
Por questões de segurança, a China iniciou os preparativos para evacuar seus cidadãos localizados em Israel e Irã. Esse movimento revela a gravidade com que o governo chinês vê a situação atual.
Contrapõe-se à retórica anterior da China em relação ao conflito na Ucrânia. Enquanto o governo chinês criticou severamente os ataques israelenses ao Irã por violarem a soberania nacional deste último, no caso da Ucrânia, Pequim nunca acusou Moscou de infringir a integridade territorial.
O Irã é considerado um aliado estratégico para a China no Oriente Médio. A relação entre Teerã e Pequim serve como um contrapeso às alianças formadas pelos EUA com Israel e Arábia Saudita.
Protetor diplomático
Além disso, a China atua como um protetor diplomático para o Irã, ajudando-o a mitigar os efeitos das sanções impostas pelo Ocidente desde 2018.
As exportações chinesas para o Irã incluem uma variedade de produtos, desde veículos até tecnologias de uso dual que podem ser utilizadas tanto para fins civis quanto militares.
O Irã depende da China como mercado consumidor para sua produção de petróleo, sendo que aproximadamente 90% do petróleo extraído no país é destinado ao mercado chinês.
Contudo, essa relação é marcada por assimetrias significativas, já que Pequim pode praticamente ditar os preços devido às restrições comerciais enfrentadas pelo Irã.
Apesar da parceria entre os dois países, existe um subjacente sentimento de desconfiança por parte do regime iraniano em relação à administração chinesa, principalmente porque promessas de investimentos por parte da China foram apenas parcialmente cumpridas.
Em meio aos conflitos internacionais, é provável que as autoridades chinesas priorizem seus próprios interesses nacionais.
A posição da China como potência nuclear sugere que uma eventual anulação dos planos nucleares do Irã poderia fortalecer ainda mais sua influência na região.
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