Centro-esquerda europeia faz apelo por democracia
Ex-líderes e acadêmicos alertam para riscos autoritários na eleição europeia.
Às vésperas da eleição para o Parlamento Europeu, uma carta aberta com assinaturas de quase 300 personalidades, incluindo ex-líderes e acadêmicos identificados com a centro-esquerda, como ex-primeiros-ministros e laureados com o Prêmio Nobel, insta a colocar a democracia no centro das discussões.
O documento é uma iniciativa do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (International IDEA), que foca na promoção e sustentabilidade da democracia global e tem sede em Estocolmo.
A carta aponta a necessidade de reforçar o Estado de direito e os direitos humanos, destacando os desafios trazidos pelas novas tecnologias digitais. Os signatários defendem que a União Europeia deve integrar princípios democráticos mais profundamente em suas políticas de segurança, migração, energia e comércio, além de enfatizar a proteção da integridade eleitoral e a alocação de recursos adequados para esse fim.
Entre os signatários estão nomes proeminentes da política europeia, como Herman Van Rompuy, ex-presidente do Conselho Europeu, Gordon Brown, do Reino Unido, José Luis Rodríguez Zapatero, da Espanha, e Viktor Yushchenko, da Ucrânia, todos associados a políticas de centro-esquerda.
Putin visita Xi Jinping: “parceria sem limites”
Putin visita Xi Jinping em busca de apoio para a intervenção na Ucrânia, em um momento crítico para Moscou. Esta aliança, entretanto, coloca Pequim em uma posição delicada, forçando a diplomacia chinesa a equilibrar seus interesses econômicos com a Europa e o robusto laço político com a Rússia.
Segundo Shen Dingli, especialista em relações internacionais de Xangai, “embora a Rússia seja um aliado estratégico, a China precisa manter boas relações com o Ocidente por razões econômicas e geopolíticas”.
Essa visita é a primeira desde que ambos os líderes proclamaram uma parceria “sem limites” há mais de dois anos, em resposta ao que consideram interferências americanas.
O encontro ocorre após celebrações da quinta posse de Putin e uma visita de Xi Jinping à Europa, onde foi recebido com honras, mas sem concessões significativas sobre comércio ou Ucrânia. Essas movimentações sublinham o papel de Xi e Putin como figuras centrais em um tabuleiro global onde buscam redefinir o equilíbrio de poder, desafiando a hegemonia americana.
“Agressão russa não será premiada”, diz presidente italiano
Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, afirmou categoricamente que a invasão russa da Ucrânia não pode ser resolvida com concessões que premiem a agressão. Mattarella defendeu que a paz só será alcançada com o restabelecimento completo da soberania e integridade territorial da Ucrânia.
Segundo Mattarella, a Itália, atual líder das reuniões do G7, junto a vários parceiros internacionais, tem defendido que o apoio deve ser incondicional às nações que sofrem ataques violando o direito internacional e a Carta da ONU. “Nenhum estado, por mais poderoso ou armado que seja, pode pensar em violar os princípios de soberania, integridade territorial e independência de outro país sem enfrentar sanções”, ressaltou.
Durante o discurso, o presidente italiano relembrou que o fim das duas guerras mundiais e a queda da União Soviética trouxeram novas esperanças para a Europa, mas “a Rússia assumiu a grande responsabilidade histórica de trazer a guerra de volta ao coração do continente europeu”.
O conflito, que ultrapassa o âmbito regional, tem afetado diretamente a segurança alimentar e energética global, particularmente em partes da África, segundo Mattarella. Ele criticou duramente a Rússia por desperdiçar os dividendos da paz que incentivaram a alocação de recursos para o desenvolvimento ao invés de armamentos após o fim da Guerra Fria.
Mattarella reiterou o compromisso da Itália e de seus aliados em buscar uma solução pacífica e duradoura para o conflito, mas enfatizou que qualquer acordo deve respeitar os princípios fundamentais do direito internacional. “Se a paz deve ser justa e duradoura, ela deve ser baseada nos princípios nobres e inalienáveis do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, concluiu.
Putin expurga liberais e coloca governistas nas universidades
Vladimir Putin, ao se aproximar de 25 anos no poder na Rússia, tem promovido uma ampla reformulação no sistema educacional do país, removendo influências liberais e fortalecendo uma narrativa patriótica.
Sob sua diretriz, programas de humanidades que incluíam estudos sobre democracia e história dos EUA foram eliminados em universidades renomadas como a Universidade Estatal de São Petersburgo. A nova orientação curricular glorifica a Rússia, diminui a Ucrânia e revisa a história soviética de maneira favorável ao Kremlin.
Desde o início da invasão da Ucrânia em 2022, professores e alunos que se opuseram à guerra enfrentaram demissões e expulsões, enquanto aqueles que se voluntariaram para combater na Ucrânia são celebrados como heróis, prometendo uma nova elite nacional.
Este isolamento acadêmico da Rússia do Ocidente e a repressão à liberdade de pensamento representam a mais profunda transformação educacional desde os anos 1930. A situação é semelhante em outras universidades importantes do país, onde a ideologia nacionalista vem substituindo progressivamente as perspectivas liberais.
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