Bukele desafia ordem judicial e mantém preso deportado do MS-13
A declaração foi feita na Casa Branca, durante encontro com o presidente Donald Trump

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, declarou nesta segunda-feira, 14, que não libertará Kilmar Armando Abrego Garcia, deportado dos Estados Unidos para o país centro-americano, apesar de uma ordem judicial americana que determinou seu retorno.
A declaração foi feita na Casa Branca, durante encontro com o presidente Donald Trump.
“Como posso devolvê-lo aos Estados Unidos? Querem que eu o contrabandeie para lá? É uma pergunta absurda”, afirmou Bukele a jornalistas, sentado ao lado de Trump no Salão Oval.
Segundo ele, além de não extraditar Abrego Garcia, seu governo não pretende soltá-lo em território salvadorenho: “Não gostamos de soltar terroristas no nosso país.”
Abrego Garcia vivia em Maryland até março, quando foi deportado por suposto erro administrativo, apesar de possuir status legal protegido nos EUA. Após a deportação, um juiz federal determinou que o governo americano deveria trazê-lo de volta.
O presidente salvadorenho afirmou que não possui poder para devolvê-lo e reiterou que manterá o homem sob custódia. Autoridades americanas alegam que Abrego Garcia tem vínculos com a gangue criminosa MS-13.
A procuradora-geral americana, Pam Bondi, também presente na reunião, disse que a decisão sobre o retorno do deportado está nas mãos de El Salvador.
A Suprema Corte dos EUA ordenou que Washington facilite o retorno de Abrego Garcia, mas o cumprimento depende da liberação por parte das autoridades salvadorenhas.
Bukele e Trump se reuniram na Casa Branca no contexto de um acordo de US$ 6 milhões firmado entre os dois países para a deportação de imigrantes ilegais com antecedentes criminais. Segundo o governo americano, centenas desses deportados estão atualmente confinados no Centro de Confinamento de Terrorismo em El Salvador.
Durante a visita, Trump elogiou Bukele pela cooperação e reforçou que pretende deportar “o maior número possível” de imigrantes ilegais, solicitando inclusive a construção de mais centros de detenção no país centro-americano.
Bukele é o primeiro presidente latino-americano a visitar Trump desde sua reeleição. Ele expressou apoio à política de segurança de fronteiras dos EUA e ofereceu colaboração total. “Sabemos que vocês têm um problema de criminalidade e terrorismo, e queremos ajudar”, disse.
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Comentários (1)
Fabio B
15.04.2025 17:17O Bukele mesmo alinhado aos Estados Unidos não fica feito uma cadela no cio, como o Bolsonaro ou mesmo o Milei, ele trata respeitosamente o presidente americano, mas sempre priorizando e defendendo os interesses de seu país.