O notável jornal tabloide de 20 páginas, caracteriza-se por ser publicado somente a cada quatro anos, no dia 29 de fevereiro, sendo esta a sua 12ª edição desde o primeiro lançamento em 1980.

Idealizado por um grupo de amigos que queriam se divertir, o “Bougie du Sapeur” (A vela do sapador) tem uma tiragem de 200.000 cópias e custa € 4,90 (£ 4,20), conseguindo superar seus custos de produção.

Diversão, riso e irreverência

“Após a primeira edição esgotar em dois dias, os jornaleiros clamavam por mais cópias – então dissemos ‘ok, mas só daqui a quatro anos!'”, comenta o editor Jean d’Indy, que também comanda o equivalente francês ao Jockey Club.
“O jornal ainda é produzido por alguns amigos. Nos encontramos num bar e discutimos ideias durante as bebidas. Divertimo-nos muito e se o leitor também se diverte, isso é a cereja do bolo“, afirma d’Indy.

Conhecido por sua abordagem anti-politicamente correta, o jornal abrange seções como política, esportes, assuntos internacionais, artes, quebra-cabeças e fofocas de celebridades.

Uma história com pitadas de humor

Os artigos são concebidos como comentários humorísticos. A manchete desta edição – “Todos seremos inteligentes” – é sobre como exames e realização intelectual estão sendo tornados obsoletos pela IA. O segundo destaque – “O que os homens precisam saber antes de se tornarem mulheres” – explica os “desafios” enfrentados pelos homens que desejam fazer a transição.

“É humor francês, e não se traduz para outros idiomas”, diz d’Indy. “Tentamos ser bobos, mas não maldosos. Fazer graça sem ser cruéis“.

Nas páginas internacionais, há uma pequena peça lembrando aos franceses quem foi a primeira-ministra britânica mais “esquecível” – Liz Truss. No esporte, os editores sugerem a criação de um prêmio Winston Churchill para a primeira pessoa a ser eliminada nos Jogos Olímpicos. Baseado na noção de que o lema de Churchill era “No Sport”.

Origem e exclusividade

“Bougie du Sapeur” recebeu o nome baseado nas primeiras figuras de desenho animado da França, o Sapeur Camembert. Ele era um soldado simplório que apareceu em desenhos humorísticos sobre a vida no exército na década de 1890.

O jornal só está disponível offline e pode ser comprado apenas em bancas e quiosques de jornal. “Espero que sejamos um pouco de ar fresco a cada quatro anos”, diz d’Indy. “Hoje em dia, as pessoas precisam ser capazes de rir.”