A gigante da aviação americana tem 90 dias para apresentar um plano para corrigir graves problemas de qualidade e segurança. Essa diretriz veio da Administração Federal de Aviação (FAA), que anunciou a decisão nesta quarta-feira (28).

Segundo a agência, Mike Whitaker, administrador da FAA, e Dave Calhoun, CEO da Boeing, realizaram uma reunião de um dia inteiro na terça-feira (27), na qual Whitaker fez essa exigência à Boeing.

Investigação descobre ‘desconexão’ em relação à segurança na Boeing

A recente reunião ocorre no contexto de uma investigação de um ano, realizada pela FAA, que encontrou uma “desconexão” entre os executivos e funcionários da Boeing em relação à segurança. O relatório apontou que muitos funcionários temem represálias, como transferências ou limitação de suas carreiras, caso reportem problemas de segurança.

Essa preocupação foi levantada um dia antes de uma auditoria de seis semanas da FAA sobre a linha de produção da Boeing — uma auditoria motivada pela descoberta de que parafusos essenciais não foram instalados em um plugue de porta do Boeing 737 Max 9, causando uma explosão em pleno voo.

FAA demanda ações de segurança mais rígidas da Boeing

De acordo com a FAA, o plano que a Boeing precisa apresentar deve abordar falhas na implementação do Sistema de Gerenciamento de Segurança da empresa, conhecido como SMS, e a integração do programa com outro de qualidade. O SMS é um manual sobre procedimentos de segurança que os funcionários devem seguir para garantir a segurança das aeronaves. Entretanto, muitos trabalhadores aparentemente desconhecem esse protocolo e o propósito dos procedimentos de segurança.

O relatório que apontou as falhas de segurança na Boeing exigiu uma resolução para esses problemas em até seis meses, mas a nova diretriz da FAA acelera esse prazo. A FAA afirmou que o plano da Boeing deve resultar em uma “mudança mensurável e sistêmica no controle de qualidade da fabricação”.

Boeing sob pressão após série de acidentes

A Boeing já enfrenta um histórico de falhas de segurança. O incidente da explosão de 5 de janeiro resultou em um aterramento de emergência de 19 dias de todos os Max 9s e colocou novamente a Boeing sob escrutínio, especialmente após os acidentes fatais do Max 8 em 2018 e 2019.

Para a Boeing, a pressão agora é para endereçar esses desafios e mostrar que, efetivamente, consegue garantir a segurança de suas aeronaves.