Barrada por Maduro, María Corina escolhe um candidato
A opositora venezuelana declarou apoio a Edmundo González, um dos 12 candidatos liberados pelo regime chavista para integrar a farsa eleitoral montada por Maduro
Impedida de se candidatar por Nicolás Maduro, além de não poder registrar sua aliada Corina Yoris, a opositora María Corina Machado declarou apoio a Edmundo González, um dos 12 candidatos liberados pelo regime chavista para integrar a farsa eleitoral montada pelo ditador venezuelano.
O apoio da Plataforma Democrática Unitária (PUD), liderado por María Corina, a Edmundo González foi definido na sexta-feira, 19, e confirmado no sábado, 20. Ele havia sido inscrito de forma provisória no site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela pouco antes do fim do prazo eleitoral.
“Aceito a imensa honra e responsabilidade de ser o candidato de todos aqueles que querem mudanças por meios eleitorais”, escreveu González na rede social X, antigo Twitter.
A mensagem foi compartilhada por María Corina Machado.
Diplomata de carreira, Edmundo González atuou como embaixador na Argélia entre 1991 e 1993 e na Argentina nos primeiros anos do governo de Hugo Chávez.
A farsa eleitoral de Maduro
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou para 28 de julho, aniversário do ex-ditador Hugo Chávez, a farsa eleitoral que deve chancelar mais um governo para Nicolás Maduro.
A data bate na porta do segundo semestre, período previsto para ocorrer o pleito, em respeito ao acordo de Barbados, firmado entre a ditadura e a oposição com a intenção oficial de garantir eleições limpas.
Foi a Assembleia Nacional da Venezuela, dominada pelo regime de Maduro, que iniciou, em fevereiro, o processo de consulta a autoridades e a integrantes da oposição para o agendamento da eleição.
Independentemente dos aportes da oposição, quem definiu a data foi o CNE, também aparelhado pelo chavismo.
Maduro define os candidatos e os eleitores
Em sua farsa eleitoral, Maduro não apenas conseguiu escolher os seus rivais, como também está selecionando os eleitores que poderão participar do pleito.
A cédula eleitoral, divulgada no começo do mês, mostra a imagem de Maduro treze vezes. Todos os rostos da primeira fileira são do ditador.
Isso ocorre porque a cédula, chamada de tarjetón pelos venezuelanos, traz sempre no primeiro quadrado, à esquerda, o candidato que tem mais partidos o apoiando. Em seguida, são colocados os demais partidos da mesma coalizão, com o seu candidato. No caso, Maduro.
A ditadura também tem dificultado a participação de venezuelanos que vivem em outros países.
De uma população de 30 milhões de habitantes, cerca de 8 milhões deixaram o país para fugir da fome, da falta de perspectivas ou da perseguição política.
Para que essas pessoas possam votar, é preciso que elas estejam devidamente inscritas e habilitadas no registro eleitoral. No dia da votação, elas só teriam de apresentar um RG, válido ou não, em uma embaixada ou consulado.
Contudo, muitos venezuelanos estão descobrindo que não estão inscritos e precisam regularizar a própria situação.
Para tanto, eles precisam apresentar um documento de residência permanente e um passaporte válido. Mas muitos dos venezuelanos não têm esses documentos.
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