Autoridades sírias prendem suspeitos de envolvimento em massacre de civis
Três homens teriam participado de centenas de execuções durante guerra civil

As forças de segurança do governo interino da Síria prenderam nesta segunda-feira, 17, três homens suspeitos de envolvimento na execução de centenas de civis pela ditadura deposta de Bashar Assad no ‘massacre de Tadamon’, em 2013.
Um dos três suspeitos presos foi um ex-operador de segurança militar da antiga ditadura de Assad, Monzer al-Jazairi.
Em 2022, um vídeo foi vazado com as imagens das bárbaras execuções em um prédio de Tadamon.
“Costumávamos trazer detidos presos em postos de controle, colocá-los sob prédios aqui e executá-los, e então, depois de terminar, detonar os prédios acima deles”, disse Jazairi à AFP.
Jazairi confessou que o grupo matou cerca de 500 pessoas que se opuseram ao governo de Assad.
Leia mais: “Crusoé: Homs, o retrato da complexidade síria“
Vingança ou justiça?
Uma reportagem da revista britânica The Economist nesta sexta-feira, 14, explora os desafios enfrentados pelo governo de Ahmed al-Sharaa, o antigo chefe do HTS al-Jolani, de conciliar a proteção de grupos minoritários e, ao mesmo tempo, atender ao desejo de justiça entre os perseguidos por Assad.
Membros da seita alauíta, uma minoria da qual o ex-ditador fazia parte, sentem-se vulneráveis. .
Em Homs, há relatos de perseguição de outros grupos contra os alauítas sob a alegação de “justiça”.
“Os apoiadores do Sr. Sharaa estão esperando em vão por reparação após décadas de ditadura, mesmo que ele esteja falhando em proteger os membros da seita alauíta do Sr. Assad da violência retributiva”, diz trecho da matéria.
Dezenas de pessoas, vistas como apoiadores do ditador Assad, foram sequestradas e mortas em áreas rurais da província.
Os grupos minoritários reclamam da falta de proteção de Sharaa.
Crise e criminalidade
As décadas da ditadura familiar de Assad jogaram a Síria para um buraco econômico.
Irã e Rússia emprestaram dinheiro por anos para o regime massacrar opositores e promover crimes contra a humanidade.
Para resolver os problemas, o novo governo sírio foi atrás de ajuda internacional.
Sharaa já reuniu-se com representantes europeus, entre os quais a Alemanha e França.
Também suplicou ao principal financiador da investida contra Assad, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, um plano para reconstrução financeira.
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