A estudante Reese Hogan, de 16 anos, foi aplaudida após subir ao degrau de primeiro lugar no pódio, em protesto, ao final de uma competição escolar de atletismo na Califórnia.

Hogan havia sido superada por uma atleta transgênero no salto triplo, durante a final da Divisão 3 da Federação Interescolar da Califórnia (CIF).

Ela estabeleceu recorde pessoal e da escola com 11,33 metros, mas perdeu por mais de 1,22 metro. A vencedora também levou o ouro no salto em distância.

O gesto de Hogan, feito após o encerramento da cerimônia oficial, viralizou nas redes sociais e foi aplaudido por parte do público presente.

O protesto ocorreu em meio ao descumprimento explícito, por parte do estado da Califórnia, de uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump no início de fevereiro.

A medida proíbe a participação de atletas transgênero do sexo biológico masculino em esportes femininos em escolas e universidades — promessa de campanha do republicano e amplamente apoiada em pesquisas de opinião.

Mesmo após a entrada em vigor da ordem federal, a CIF continua permitindo que estudantes participem das competições conforme sua identidade de gênero.

A entidade está sob investigação por possíveis violações do Título IX, lei federal que condiciona repasses a instituições que garantam igualdade de oportunidades por sexo biológico.

Antes da final, Hogan e outras atletas relataram ter sido obrigadas por autoridades da CIF a retirar camisetas com a frase “Protect Girls Sports”.

Segundo ela, embora não tenha havido ameaça direta de desclassificação, houve pressão velada para que as jovens obedecessem.

“Eles não disseram com todas as letras, mas ficou claro que algo poderia acontecer com nossa vaga”, afirmou em entrevista.

A resistência da Califórnia à ordem federal expõe um conflito jurídico entre a Casa Branca e administrações estaduais governadas por políticos de esquerda, como Gavin Newsom.

O estado adota diretrizes que priorizam identidade de gênero sobre o sexo biológico, contrariando decisões federais já em vigor.

Nos Estados Unidos, a maioria da população apoia medidas que garantam a separação entre categorias masculinas e femininas no esporte escolar.