Apoiadores de Navalny se arriscam para homenagear líder opositor
Apesar das baixas temperaturas e do risco de represálias, apoiadores do líder da oposição russa saíram às ruas em Moscou e outras cidades

Apoiadores de Alexei Navalny (foto) se reuniram neste domingo, 16, em Moscou, no primeiro aniversário da morte do líder da oposição russa para prestar homenagens.
Apesar das baixas temperaturas e do risco de represálias da ditadura de Vladimir Putin, ao menos 1.500 pessoas foram ao cemitério Borisovskoye, onde Navalny foi enterrado.
Embora a polícia tenha permitido o acesso ao cemitério, veículos da imprensa independentes relataram que agentes filmaram as pessoas presentes.
Ativistas de direitos humanos alertaram sobre o risco de prisão, pois a Fundação Anticorrupção, fundada por Navalny, é classificada como “extremista” e proibida na Rússia.
Diplomatas estrangeiros, incluindo os embaixadores da União Europeia e dos Estados Unidos, participaram da homenagem.
Eventos em memória de Navalny também ocorreram em outras cidades russas, como São Petersburgo e Yekaterinburg, enquanto em Novosibirsk, na Sibéria, pelo menos cinco pessoas foram presas.
A equipe de Navalny transmitiu ao vivo uma cerimônia, com a presença de amigos e aliados, e comícios, vigílias e exibições do documentário “Navalny” foram programados.
No cemitério de Borisovskoye, a mãe de Navalny, Lyudmila, fez um emocionado apelo por justiça.
“Queremos saber quem executou, quem permitiu que acontecesse e quem o fez”, disse ela, em meio a uma multidão.
Em Berlim, a viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, organizou uma cerimônia na Igreja Memorial Kaiser Wilhelm.
Morte na prisão
A morte de Navalny, ainda sem explicações oficiais claras, ainda é alvo de controvérsias. O líder opositor morreu aos 47 anos em uma colônia penal no Círculo Polar Ártico, onde cumpria uma sentença de 19 anos por acusações de extremismo.
A versão oficial, que alega causas naturais devido a uma arritmia, é amplamente questionada. Médicos e autoridades de saúde russas pediram uma investigação mais rigorosa, considerando negligência na assistência ao opositor.
A Anistia Internacional exigiu uma investigação independente e imparcial sobre o caso. A secretária-geral da AI, Agnès Callamard, alertou que a memória de Navalny não será apagada e que o Kremlin não pode evitar uma investigação detalhada sobre sua morte.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)