A sinagoga Adass Israel, localizada no sul da Austrália e uma das maiores do país, foi alvo de um incêndio criminoso, na madrugada de sexta-feira, 6 de dezembro, em um ataque que as autoridades locais apontam como tendo motivações antissemitas.

A polícia de Melbourne está investigando o caso. Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas na tentativa de identificar os suspeitos (dois indivíduos mascarados foram filmados) e entender melhor a dinâmica do crime. Autoridades antiterrorismo foram chamadas para auxiliar nas investigações.

“Incitar medo”

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, classificou o ato como uma “atrocidade motivada por ódio”, que colocou vidas em risco. Ele condenou veementemente o ocorrido e destacou que os criminosos usaram aceleradores de incêndio para maximizar os danos:

“Esse ato de violência e intimidação em um local de culto é escandaloso. O ataque ameaçou vidas humanas e teve como objetivo evidente incitar medo dentro da comunidade”, afirmou em comunicado oficial.

A sinagoga, construída na década de 1960 por sobreviventes do Holocausto, estava em chamas quando equipes dos bombeiros foram acionadas para controlar o incêndio.

Rabbi Gabi Kaltmann informou à imprensa local que os criminosos quebraram janelas enquanto fiéis se preparavam para a oração matinal do Shabat. O ataque deixou a comunidade “desorientada e assustada”.

Indignação

Benjamin Klein, membro do conselho da sinagoga, relatou que poucas pessoas estavam presentes no momento do ataque; a maioria conseguiu escapar pela porta dos fundos, mas duas delas foram hospitalizadas com queimaduras.

Vários livros de orações judaicos foram completamente danificados pelo incêndio.

A Associação Judaica Australiana expressou indignação com o ataque, mas declarou não estar surpresa com o ocorrido.

Este ataque ocorre em meio a um aumento significativo de ataques antissemitas na Austrália desde 7 de outubro de 2023, data marcada pelo ataque do grupo radical Hamas e pelo subsequente conflito na Faixa de Gaza.

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