Anne Dias na Crusoé: O TikTok deve ser censurado nos EUA?
Americanos debatem se faz sentido banir uma rede social utilizada por milhões de cidadãos só porque políticos acham que os comunistas chineses roubam seus dados
A discussão sobre a proibição do TikTok tem sido um tema em destaque nos Estados Unidos há algum tempo, com a preocupação de que a plataforma represente um risco à segurança nacional. Esta semana, houve um avanço significativo na pauta, com a assinatura do presidente Joe Biden, após a aprovação do Senado, de uma lei que pode finalmente trazer os resultados esperados: a legislação obriga a venda das partes da ByteDance, a empresa controladora das operações do TikTok na região, para uma empresa americana. Se essa venda não for concluída dentro de nove meses, o aplicativo corre o risco de ser banido no país das liberdades.
A plataforma chinesa, inicialmente concebida como uma rede acessível para a criação de conteúdo, revolucionou a comunicação nas redes sociais. Hoje, ela disputa espaço até mesmo com o Google. Uma pesquisa da YPulse revelou que 64% dos jovens da geração Z preferem utilizar o TikTok para esclarecer dúvidas em vez do Google. Entretanto, à medida que as possibilidades de disseminação rápida e fácil de comunicações avançam, também surgem os apelos por controle e regulamentação por parte de políticos e burocratas.
E o que está levando os EUA, historicamente reconhecidos por sua defesa das liberdades individuais, a tomar essa decisão? A resposta pode parecer clichê, mas os políticos americanos consideram o TikTok um risco para a segurança nacional, temendo que seja um “cavalo de Troia” para o Partido Comunista Chinês. O argumento fez algo inesperado: uniu democratas e republicanos.
Os legisladores, as autoridades e o FBI, a polícia federal americana, estão preocupados com a possibilidade de acesso aos dados dos usuários do TikTok pelo Estado chinês. O diretor do FBI, Christopher Wray, afirmou que a ByteDance é “controlada pelo governo chinês” e alertou para o potencial de influência das autoridades de Pequim ao manipular o algoritmo do TikTok. No entanto, ao criarem suas contas no aplicativo, os usuários consentem com o uso de seus dados nos termos de serviço, os quais, segundo o presidente do TikTok nos EUA, Shou Zi Chew (de nacionalidade singapuriana), estão em conformidade com toda a legislação de proteção de dados americana. Quando interrogado pelo Congresso Americano, Shou declarou de forma enfática: “Deixe-me afirmar categoricamente: a ByteDance não é um agente da China nem de qualquer outro país“. E ainda que haja o risco de vazamento de dados para a China, será mesmo que a censura de uma rede social inteira é o melhor remédio?
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