Ajuda humanitária UNICEF é saqueada em meio a crise no Haiti
Descubra como a crise humanitária no Haiti se agravou após o saque de ajuda da UNICEF, em meio à violência de gangues. Saiba mais sobre a situação.
No último sábado (16), um contêiner carregado com suprimentos essenciais para recém-nascidos e suas mães foi saqueado em Porto Príncipe, capital do Haiti. De acordo com um comunicado da agência humanitária UNICEF, entre os itens roubados estavam reanimadores neonatais, água e materiais para desenvolvimento e educação na primeira infância.
A violência de gangues e uma agravante crise humanitária têm tumultuado a cidade nas últimas semanas. Conforme o UNICEF, mais de 260 contêineres com ajuda humanitária encontram-se atualmente sob controle de grupos armados que invadiram o principal porto da cidade na semana passada.
A crescente crise humanitária no Haiti
A situação alarmante tem comprometido o já frágil sistema de saúde do país. Segundo a UNICEF, desde janeiro deste ano a violência exacerbou um sistema de saúde já em ruínas. “Três em cada quatro mulheres e crianças na área de Porto Príncipe não têm acesso à saúde pública e à nutrição básica”, destaca a organização.
Além disso, foram contabilizados apenas dois centros cirúrgicos funcionais na capital. Seis em cada dez hospitais em todo o país não conseguem operar por escassez de eletricidade, combustível e suprimentos médicos.
Contexto político-agressivo
A resposta à violência no Haiti tem sido uma prioridade para a Polícia Nacional do Haiti (HNP), contudo, a instituição policial age com recursos limitados. Recentemente, todos os acessos aos portos e ao aeroporto internacional foram bloqueados, e as estradas que saem de Porto Príncipe estão controladas por gangues.
A escassez de alimentos, combustível e sangue para hospitais está crescendo. “O fracasso em parar a violência e em reabrir rotas logísticas críticas irá agravar significativamente a crise da saúde”, adverte o representante da UNICEF, Bruno Maes.
Estratégias para mitigar a crise
Para driblar o bloqueio nas estradas, algumas iniciativas têm lançado mão do transporte aéreo. Foi recentemente concluída uma ponte aérea da ONU entre o Haiti e a vizinha República Dominicana. Neste momento, a única opção para entrar e sair da capital haitiana é por meio de um helicóptero de evacuação privado, serviço somente acessível a estrangeiros ricos e diplomatas.
O Haiti enfrenta uma crise política e humanitária duradoura. Atualmente, cerca de 80% de Porto Príncipe é dominada por gangues, segundo estimativas da ONU. “Estamos testemunhando uma catástrofe humanitária e resta pouco tempo para revertê-la”, finaliza Maes.
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