O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da Organização das Nações Unidas (ONU, Rafael Grossi, afirmou nesta terça-feira, 17, que as operações militares de Israel danificaram diversas instalações nucleares e reduziram “significativamente” a capacidade de enriquecimento nuclear do Irã.

Grossi revelou que a instalação de Natanz, localizada a 30 a 40 metros abaixo da superfície, foi a mais afetada.

Segundo o diretor, a unidade de enriquecimento de urânio na superfície foi “completamente destruída”, enquanto as instalações elétricas foram danificadas.

Três ou quatro edifícios na usina nuclear de Isfahan também sofreram “danos considerados”, mas as instalações não foram afetadas.

Grossi afirmou, contudo, que o centro de enriquecimento de Fordo não parece ter sofrido danos significativos.

O conselheiro de Segurança Nacional de Israel,  Tzachi Hanegbi, afirmou que a operação israelense não acabará “sem danificar a instalação de Fordo“.

“O nosso plano é azul e branco, incluindo todos os elementos da ofensiva”, afirmou, em referência às cores da bandeira israelense.

Para isso, as Forças de Defesa de Israel precisariam de equipamentos mais modernos de aliados.

Natanz

A instalação nuclear de Natanz, localizada a 30 a 40 metros abaixo da superfície é protegida por uma estrutura de concreto com espessura de aproximadamente sete metros, destinada à enriquecimento de urânio.

Mas o complexo de Natanz não é totalmente subterrâneo, o que o deixa vulnerável a ataques aéreos.

Natanz já havia sido alvo de ações israelense anteriores, incluindo diversas tentativas de sabotagem nos anos 2000.

Há quinze anos, os israelenses conseguiram infectar as máquinas de Natanz com o vírus de computador Stuxnet.

O código estranho acelerou a velocidade das centrífugas de urânio, causando rachaduras e quebrando equipamentos.

Uma em cada cinco máquinas de Natanz foi inutilizada.