Advogado de direitos humanos relata horror em atentado na Austrália
Arsen Ostrovsky tem atuação reconhecida em direitos internacionais e combate ao antissemitismo
Arsen Ostrovsky (foto), chefe do escritório de Sydney do Australia/Israel & Jewish Affairs Council (AIJAC) e colaborador do jornal The Jerusalem Post, está entre os feridos no ataque terrorista deste domingo, 14, durante um evento de celebração judaica na praia de Bondi, em Sydney.
Ostrovsky é advogado de direitos humanos e CEO do International Legal Forum, com atuação reconhecida em direitos internacionais e combate ao antissemitismo.
Duas semanas antes do atentado em Sidney, ele havia alertado sobre o “alarmante aumento do ódio contra judeus desde 7 de outubro, incluindo a profanação de pontos turísticos australianos que estão sendo usados como plataformas para intimidação e incitação contra a comunidade judaica”, em referência a um incidente de pichação na mesma praia.
“[Estou] no hospital me recuperando agora”, escreveu Ostrovsky ao Jerusalem Post.
“A bala raspou a cabeça. Muito sangramento. Os médicos disseram que sobrevivi por um milagre, foi por pouco. Já fui costurado. O pior foi ficar afastado da minha esposa e dos meus filhos naquele momento. Fui atingido quando fui em direção a eles. Felizmente, eles conseguiram sair bem. Foi um verdadeiro banho de sangue, crianças e idosos por toda parte. Parecia cena de Nova. Mas também foi incrível ver como todos correram para ajudar. Surreal.”
Escalada do antissemitismo
O Executive Council of Australian Jewry (ECAJ) informou que o país registrou 1.654 incidentes antissemitas entre 1º de outubro de 2024 e 30 de setembro de 2025 — cerca de cinco vezes a média anual registrada na década anterior ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
No ano anterior, esse número foi ainda maior, chegando a 2.062 ocorrências.
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Terrorismo
O atentado foi classificado pela polícia de Nova Gales do Sul como um “incidente terrorista”.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, chamou o episódio de “chocante e angustiante” e classificou o ataque como direcionado contra judeus australianos.
“Um ato de maldade, antissemitismo e terrorismo que assola o coração de nossa nação”, disse.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou a política australiana, acusando o governo de alimentar o antissemitismo.
“Há três meses, escrevi ao primeiro-ministro australiano dizendo que sua política está jogando gasolina no fogo do antissemitismo. O antissemitismo é um câncer que se espalha quando os líderes se calam e não agem”, afirmou.
Durante o ataque, vídeos que circulam nas redes sociais mostram pânico entre banhistas e turistas. Em uma gravação, um homem de camiseta branca imobiliza um dos atiradores e lhe toma a arma, enquanto outro suspeito é visto disparando de uma passarela antes de ser atingido pela polícia.
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