Cientistas descobrem o que causou o fim do Império Asteca
Descobertas genéticas revelam a causa da misteriosa peste que dizimou o Império Asteca no século XVI.
A queda do hábil e poderoso Império Asteca no século XVI intrigou cientistas por séculos. Uma enfermidade devastadora conhecida como “cocoliztli” dizimou milhões de astecas, mas as causas exatas foram incertas por quase 500 anos. Agora, avanços em DNA antigo conseguiram lançar nova luz sobre este trágico capítulo da história.
- Cientistas identificaram a “Salmonella enterica” como provável causa da peste.
- A doença poderia ter sido introduzida por colonizadores europeus.
- A descoberta reavalia a visão histórica sobre as epidemias no México pré-colonial.
O enigma da “Cocoliztli”: o que sabemos sobre a misteriosa praga que dizimou os astecas?
Em 1545, uma doença devastadora emergiu no Império Asteca, levando a uma elevada mortalidade e ao colapso da civilização. Os sintomas incluíam febre alta, dores de cabeça e sangramentos pelos orifícios corporais, desenrolando-se rapidamente de febres para a morte.
Análises de DNA de restos mortais levaram à identificação de Salmonella enterica Paratyphi C como o provável agente infeccioso. Esta bactéria causadora da febre entérica se contrai por meio de alimentos ou água contaminados.

Como os cientistas identificaram a causa da cocoliztli?
Pesquisadores extraíram DNA de 29 esqueletos astecas enterrados em um cemitério dedicado às vítimas da cocoliztli. O único patógeno detectado foi justamente o Paratyphi C, reforçando a hipótese de sua responsabilidade pela epidemia.
Os dados, porém, não eliminam a possibilidade de outros patógenos envolvidos, invisíveis à tecnologia atual. As descobertas foram publicadas na renomada Nature Ecology and Evolution.
Poderia a cocoliztli ter vindo da Europa?
A hipótese de que os colonizadores europeus introduziram a doença ganha força. Como seu sistema imunológico já enfrentara a bactéria, eles atuaram como portadores, enquanto os astecas nunca haviam sido expostos, sucumbindo rapidamente.
Este padrão é familiar na história da colonização, onde doenças europeias como varíola e sarampo devastaram populações indígenas nas Américas.
- Compreender a cocoliztli aprofunda nosso conhecimento sobre os impactos das doenças durante a colonização.
- Mostra que introduções involuntárias de patógenos podem ter efeitos devastadores em populações não resistentes.
- Enfatiza a resiliência cultural dos astecas, cujo legado vai além dessa tragédia histórica.
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