YouTube anuncia que vai reativar canais banidos por pressão do governo Biden
Plataforma admitiu à Câmara dos EUA pressão da Casa Branca sobre conteúdos da Covid e promete retorno de contas excluídas por normas já revogadas
O Google anunciou nesta terça, 23, que vai permitir a reabertura de canais banidos do YouTube por violações relacionadas à Covid-19 e às eleições.
Segundo documento enviado ao Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos, a empresa reconheceu que sofreu pressão do governo Biden para retirar conteúdos sobre a pandemia, mesmo quando não infringiam suas próprias políticas.
De acordo com a carta, a medida vale para criadores excluídos por “repetidas violações” de diretrizes que já não estão em vigor.
O YouTube encerrou a política específica sobre Covid no fim de 2024 e havia descontinuado as regras de “integridade eleitoral” em 2023.
A companhia afirma que “valoriza vozes conservadoras” e que esses canais têm papel importante no debate público.
A comunicação detalha que integrantes fo governo Biden mantiveram contatos constantes com a Alphabet, controladora do Google, pedindo a remoção de vídeos.
A empresa relatou que também censurou conteúdos por decisão própria, mas revisou posteriormente suas políticas.
O documento ressalta ainda que o YouTube não vai usar verificadores externos para classificar conteúdos e seguirá responsável pela aplicação das normas internas.
O anúncio ocorre em meio a investigação do Comitê Judiciário, comandado por republicanos, sobre moderação de publicações por grandes empresas de tecnologia.
O caso se conecta à ação Murthy v. Missouri, em que juízes federais analisaram a prática conhecida como jawboning, quando o governo pressiona companhias privadas a censurar informações.
Em 2024, a Suprema Corte considerou que os autores do processo não tinham legitimidade para questionar autoridades federais, sem decidir o mérito.
Na prática, a nova diretriz abre caminho para o retorno de perfis que foram excluídos sob regras antigas.
Entre os atingidos estão criadores com grande audiência política que tiveram seus canais derrubados nos últimos anos.
O Google ressaltou que, apesar da mudança, continua em vigor a proibição de conteúdos que incentivem violência, assédio, fraude ou outras condutas vedadas.
O documento também critica legislações estrangeiras, como a Lei de Serviços Digitais e a Lei de Mercados Digitais da União Europeia.
Para a empresa, essas normas impõem encargos excessivos a companhias americanas e podem ampliar exigências de moderação que afetam usuários nos Estados Unidos.
A companhia não detalhou como será o processo de reativação dos canais, mas indicou que os criadores terão a oportunidade de voltar sob as regras atuais.
O Comitê Judiciário ainda vai analisar o material e pode requisitar mais informações sobre a aplicação da medida.
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