Musk constrói “cidade da inteligência artificial” no sul dos EUA
Bilionário ergue megacentros de dados e usinas próprias para disputar corrida global da IA
Elon Musk está transformando uma área pantanosa na divisa entre Tennessee e Mississippi no novo quartel-general da inteligência artificial.
A iniciativa é liderada pela xAI, empresa criada por ele em 2023.
O plano inclui dois gigantescos centros de dados chamados Colossus e Colossus 2 e uma usina de gás natural capaz de gerar mais de 1 gigawatt de energia. É o suficiente para abastecer cerca de 800 mil casas.
A corrida bilionária da IA virou uma disputa de poder.
Musk tenta alcançar rivais como Sam Altman, da OpenAI, e aposta tudo em infraestrutura própria. Documentos e autoridades locais confirmam que as obras avançam sem incentivos fiscais, mas com promessas de transformar Memphis em polo tecnológico.
O primeiro Colossus já está em operação. Ele abriga mais de 200 mil chips da Nvidia e alimenta o chatbot Grok. O segundo centro, ainda maior, deve começar a treinar novos modelos de IA até o fim do ano.
A expansão vem acompanhada de controvérsias. A xAI instalou dezenas de turbinas a gás como fonte temporária de energia e usa milhões de litros de água por dia para resfriar os equipamentos. Moradores relatam cheiro de gás e temem poluição.
Grupos ambientais afirmam que parte das turbinas opera sem licença completa e que a pressa de Musk atropelou regras locais. Autoridades dizem que a maioria das operações é temporária e está sob controle.
Mesmo com as críticas, empresários veem o projeto como uma oportunidade de renascimento econômico. A câmara de comércio afirma que a xAI já é o segundo maior contribuinte de impostos da cidade, atrás apenas da FedEx.
A prefeitura destinou um quarto da arrecadação da empresa para bairros pobres próximos aos centros de dados. Testes de ar apontaram níveis de poluentes “baixos demais para detectar”.
Musk diz que está construindo infraestrutura que ficará como patrimônio público. A xAI também prometeu doar para escolas e criar uma estação de reuso de água para aliviar a pressão sobre o aquífero local.
O investimento é gigantesco. Analistas calculam que o custo total pode chegar a dezenas de bilhões de dólares. Só os chips necessários para o Colossus 2 podem custar 18 bilhões.
O magnata, que já chamou a IA de “risco existencial”, agora aposta tudo nela. Em evento recente, disse acreditar que a tecnologia “usará a potência do Sol e, depois, da galáxia”.
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