Rodolfo Borges na Crusoé: “O mal-estar na classificação”
“Quem ganha e perde as partidas é a alma”, ensinou Nelson Rodrigues, que recomendaria Freud para o Botafogo, diz Rodolfo Borges na Crusoé...
“Quem ganha e perde as partidas é a alma”, ensinou Nelson Rodrigues, que recomendaria Freud para o Botafogo, diz Rodolfo Borges na Crusoé.
“Em sua investigação sobre a felicidade, em O mal-estar na civilização (Penguin & Companhia das Letras), Sigmund Freud enumera três fontes para o sofrimento humano: ‘A prepotência da natureza, a fragilidade de nosso corpo e a insuficiência das normas que regulam os vínculos humanos na família, no Estado e na sociedade’. É possível notar, pela ausência da palavra ‘futebol’ nessa lista, que o pai da psicanálise não torcia para o Botafogo, o time que perde por 4×3 após fazer 3×0, que abre 3×1 e leva outra virada por 4×3 e que, enfim, deixou escapar uma vantagem de treze pontos para o segundo colocado no Campeonato Brasileiro.”
“Nelson Rodrigues escreveu em 1956 que ‘só um Freud explicaria a derrota do Brasil frente à Hungria [na Copa de 1954], do Brasil frente ao Uruguai [na Copa de 1950] e, em suma, qualquer derrota do homem brasileiro no futebol ou fora dele’. ‘Quem ganha e perde as partidas é a alma’, resumiu o cronista. Há razões técnico-administrativas para explicar como o Botafogo conseguiu perder a liderança do campeonato para o Palmeiras — e a principal delas é a saída do treinador Luís Castro para a Arábia Saudita no meio do trabalho, após um início de primeiro turno brilhante —, mas o problema essencial parece estar dentro da cabeça dos jogadores botafoguenses, assim como sua solução.”
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