Rodolfo Borges na Crusoé: Corinthians da Shopee
Titubear sobre o patrocínio da plataforma de comércio eletrônico por medo de meme já é vestir a camisa tailandesa do Corinthians
A diretoria do Corinthians negocia patrocínio com a Shopee, uma plataforma de comércio eletrônico de Singapura. As tratativas viraram notícia porque os dirigentes do clube teriam titubeado na hora de fechar contrato, com medo de possíveis memes pela parceria. O episódio resume cruel e ironicamente a atual situação do Corinthians.
A Shopee desenvolveu má fama por comercializar produtos de origem duvidosa, cópias de marcas populares e consagradas, como as famigeradas camisas tailandesas de futebol. Na Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano, fez sucesso um jogador apelidado de Mbappé da Shopee, em alusão ao craque francês, o que dá a dimensão do que significa ter o nome da empresa estrangeira associado ao seu.
Caso o Corinthians passasse por uma boa fase, dificilmente o patrocínio da Shopee viraria motivo para constrangimento. O receio da diretoria corintiana se justifica, contudo, pelo fato de o time frequentar a zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro — e de ter corrido risco de cair mesmo no Campeonato Paulista, tudo por confusas gestões, tanto a que deixou o clube em 2023, quanto a que o assumiu em 2024.
Para tentar evitar a queda para a Série B, o Corinthians, que já tinha contratado jogadores nem tão bons assim a peso de ouro e se livrado do maior ídolo de sua história, crucificado após não servir mais como para-raio — restou apenas o Cássio de Piracicaba, que ilustra esta crônica com os sósias de Matheus Bidu e Fagner —, deu início a uma segunda série de contratações. Calculam que é melhor dever mais alguns milhões de reais na primeira divisão do que se limitar ao tímido orçamento da segunda divisão.
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