Rodolfo Borges na Crusoé: A disputa contra o próprio corpo
Um bilhão e meio de pessoas assistiram à final da Copa do Mundo entre França e Argentina, no fim do ano passado...
Um bilhão e meio de pessoas assistiram à final da Copa do Mundo entre França e Argentina, no fim do ano passado. A disputa de Lionel Messi contra Kylian Mbappé entregou muito mais do que as elevadas expectativas prometiam: desempenhos exuberantes, gols e defesas espetaculares nos últimos minutos, prorrogação, tensão, reviravoltas e uma emocionante disputa de pênaltis. Este artigo promete exatamente o contrário de tudo isso.
Há uma parte do esporte anterior à competição com adversários — a disputa contra o próprio corpo. Poucas atividades físicas incorporam isso melhor do que a corrida de rua. É o corredor contra ele mesmo. “A questão é que não sou muito dado a esportes de equipe. É simplesmente assim que eu sou. Sempre que jogo futebol ou beisebol — na verdade, desde que me tornei adulto isso ficou cada vez mais raro —, não me sinto à vontade”, conta o japonês Haruki Murakami em Do que eu falo quando eu falo de corrida (Companhia das Letras).
“Talvez seja porque não tenho irmãos, mas jamais fui capaz de participar do tipo de jogo que envolve outros jogadores. Também não sou muito bom em esportes de um contra um, como tênis. Gosto de squash, mas em geral, quando se trata de um jogo contra alguma outra pessoa, o aspecto competitivo me deixa desconfortável. E quanto às artes marciais, também, não contem comigo”, explica-se Murakami, que começou a correr diariamente em 1982 e, até onde se sabe, ainda não parou. Quando publicou seu relato, em 2007, o romancista tinha corrido 23 maratonas.
Murakami diz que…
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