Crusoé: Mauro Beting e os 10 anos do 7 a 1
Jornalista e comentarista esportivo reflete sobre pior derrota na história da seleção brasileira, e como o orgulho nacional pelo futebol tenta se recompor uma década depois
Como quase todo brasileiro, Mauro Beting lembra exatamente onde estava no fim de tarde de dia 8 de julho de 2014, uma terça-feira: ele estava em casa, com o filho, sentado no sofá e curtindo uma rara folga nas coberturas jornalísticas. O que ambos viram juntos — o jogo Brasil e Alemanha, pela semifinal da Copa do Mundo no Brasil — foi um desses eventos marcantes numa vida. Quase todo brasileiro sabe exatamente onde estava e como se sentiu quando a Alemanha começou a empilhar gols na Seleção.
Passados dez anos do maior desastre do futebol brasileiro, um dos mais respeitados comentaristas esportivos brasileiros fala ao Crusoé Entrevistas menos sobre as circunstâncias que levaram àquele “jogo maluco”, e mais sobre o processo de reconstrução de um símbolo nacional, destruído em uma impiedosa blitzkrieg com Miroslav Klose, Toni Kross e companhia.
Foi uma estrada sinuosa, mas que começa pouco a pouco a render frutos. “A CBF tem melhorado, ou tem deixado de piorar”, diz, referindo-se a melhores regras internas que culminaram nas quedas de José Maria Marín, Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo, por diferentes motivos. Outros motivos ainda inspiram cuidados, como a qualidade do futebol brasileiros e a renovação na mentalidade de técnicos, da imprensa especializada, mesmo dos torcedores brasileiros.
Beting pondera a atuação de Neymar, símbolo muitas vezes criticado dessa reconstrução, assim como as figuras de Vinícius Jr., Endrick e mesmo Estevão, joias da coroa brasileira que representam a novíssima geração de estrelas da seleção. Mais do que a habilidade com a bola, os dois primeiros também possuem uma veia social, lutando por temas que consideram importantes.
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