"Quem manda no PTB, que me conste, é o meu pai", diz filha de Roberto Jefferson "Quem manda no PTB, que me conste, é o meu pai", diz filha de Roberto Jefferson
O Antagonista

“Quem manda no PTB, que me conste, é o meu pai”, diz filha de Roberto Jefferson

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Diego Amorim
5 minutos de leitura 02.10.2021 16:00 comentários
Entrevista

“Quem manda no PTB, que me conste, é o meu pai”, diz filha de Roberto Jefferson

Cristiane Brasil, ex-deputada federal e filha de Roberto Jefferson, disse que o pai, mesmo preso, continua no comando do PTB. Jefferson foi preso em agosto deste ano, por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. Em entrevista a O Antagonista, Cristiane comentou o racha que se criou no partido com a ausência do pai, sobretudo entre ela e a vice-presidente da legenda, Graciela Nienov, autoproclamada "leoa conservadora"...

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Diego Amorim
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“Quem manda no PTB, que me conste, é o meu pai”, diz filha de Roberto Jefferson
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Cristiane Brasil, ex-deputada federal e filha de Roberto Jefferson, disse que o pai, mesmo preso, continua no comando do PTBJefferson foi preso em agosto deste ano, por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Em entrevista a O Antagonista, Cristiane comentou o racha que se criou no partido com a ausência do pai, sobretudo entre ela e a vice-presidente da legenda, Graciela Nienov, autoproclamada “leoa conservadora”, que tenta expulsá-la da cúpula da sigla. A ex-deputada ameaça ir à Justiça caso isso se concretize.

Cristiane também disse acreditar na filiação de Jair Bolsonaro, que ainda não tem partido para disputar a reeleição em 2022. No entender dela, o PTB “está totalmente alinhado ao conservadorismo que o presidente e o seu grupo político professam”. Ela rechaçou a interpretação de oportunismo político.

Leia a íntegra da entrevista:

Quem manda hoje no PTB?

Quem manda no PTB, que me conste, é o meu pai. Até hoje, ele não se afastou do partido. Na hora em que ele se afastar do partido, aí, sim, existe uma vice-presidente que assume a presidência, como está no estatuto. Mas não existe isso de interinidade, como está hoje.

Jair Bolsonaro foi convidado oficialmente para se filiar ao PTB?

Em várias ocasiões.

Por quem?

Pelo meu pai e pelo Otávio Fakhoury [hoje presidente do PTB em São Paulo], com a autorização do meu pai.

E qual a chance de o presidente aceitar esse convite?

Acredito que seja alta, dado que o partido é o único que fez o dever de casa: mudou o estatuto, o conteúdo programático. O PTB está totalmente alinhado ao conservadorismo que o presidente e o seu grupo político professam.

O PTB deu uma guinada para virar bolsonarista, não?

Não, precisou acertar, talvez modernizar o seu conteúdo programático. Houve uma mudança de conteúdo, que passou pelo crivo do diretório, da executiva. Houve uma maioria consensual nesse sentido.

Não é um oportunismo do partido no atual momento político?

Não, não. Não acredito, nem de longe, que seja isso. Acredito que seja uma visão que os dirigentes todos tiveram e concordaram, muito antes de pensarmos que o Bolsonaro poderia vir para o PTB.

Assim como ocorreu em outros partidos, existe hoje um racha interno no PTB diante da possibilidade de filiação do presidente da República.

Não tem absolutamente nada a ver uma coisa com a outra. O fato de o presidente poder vir para o partido não tem ligação alguma com os últimos acontecimentos internos.

Esses acontecimentos têm a ver com o quê, então?

Aconteceu que a suposta interina do meu pai, que não é interina, resolveu criar inimigos invisíveis, porque está com mania de perseguição, com insegurança em relação à sua própria posição. Existe uma grande resistência ao nome dela no partido como vice-presidente, até porque é uma pessoa que nunca foi testada nas urnas, nunca assumiu um cargo público, não tem experiência. Existe uma maioria interna contra ela.

Vocês estão se falando?

Até um tempo atrás, sim. Quem a trouxe para o partido fui eu. Ela resolveu me cortar do diretório e da executiva, resolveu cortar o meu irmão e outros amigos do meu pai. E ela não tem esse direito. Resolveu ser o único poste cuja a lâmpada do meu pai pode brilhar, dado que ela não tem luz própria. E, na cabeça dela, todo mundo que fale alguma coisa do partido vira inimigo. Alguém que precisa de toda semana confirmar a sua liderança e se reafirmar como líder é porque não está conseguindo fazer isso sozinha.

E a senhora foi realmente ameaçada de ser expulsa do partido por ela?

Não existe essa possibilidade. Eu escrevi o estatuto do partido, conheço de cabo a rabo tudo o que está ali. Se, por acaso, ela ousar fazer alguma coisa contra mim, eu vou à Justiça. Eu não fiz absolutamente nada contra ela e virei inimiga imaginária.

Como seu pai está lidando com isso?

Meu pai deve estar recebendo informações truncadas em relação ao que está acontecendo. Mas eu acredito que ele não vai ficar do lado de uma pessoa que conseguiu desagregar o partido inteiro.

Essa confusão toda não pode afastar a possibilidade de filiação do Bolsonaro?

Não vai ter confusão. Acredito que, em breve, esses rumores vão acabar. Não tem como isso continuar progredindo. O nosso interesse é comum e é maior do que essa confusão interna. Se ela parar de me atacar, estará resolvido o problema. Mas não podemos admitir que, em um partido que está lutando contra atitudes ditatoriais, haja atitudes ditatoriais.

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Diego Amorim

Se formou em jornalismo pela UnB. Trabalhou no Blog do Noblat e no Correio Braziliense. Gosta da notícia e dos bastidores dela em qualquer área. Entre outros prêmios, ganhou duas vezes o Esso de Informação Econômica e duas vezes o Embratel. Está em O Antagonista desde abril de 2016, quando se juntou à equipe para a cobertura do impeachment de Dilma Rousseff. Desde então, não tem dado sossego a políticos de todos os partidos em Brasília. É chefe de redação de O Antagonista em Brasília.

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