O relatório global divulgado no Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro de 2024, revelou que o Brasil ocupa lugar de destaque entre os países com maiores índices de estresse. Segundo a pesquisa conduzida pela Ipsos, que incluiu 1,5 mil entrevistados no país, 42% dos brasileiros relataram mais de um episódio de estresse significativo que afetou suas rotinas no último ano.

Estresse alto no Brasil em comparação global

Entre os países analisados, o Brasil está entre os quatro com maiores níveis de estresse, sendo superado apenas por Suécia, Turquia e Polônia. Globalmente, a média de pessoas que experimentaram mais de um dia de estresse incapacitante foi de 33%, um número inferior ao observado no Brasil.

Ainda, o levantamento indicou que 32% dos brasileiros relataram um único episódio significativo, enquanto apenas 26% afirmaram não ter sofrido com situações semelhantes.

Papel do gênero e das gerações no estresse

Os dados expuseram uma diferença notável entre gêneros, com as mulheres relatando mais episódios de estresse impactante em suas rotinas comparadas aos homens. A pesquisa também destacou uma tendência entre as gerações, apontando que jovens da geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, relataram sentir estresse com mais frequência do que os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964.

Especialistas sugerem que essa diferença pode estar relacionada a uma maior conscientização e disposição dos jovens em expressar suas preocupações.

Depressão e saúde mental no Brasil

A questão da saúde mental, particularmente a prevalência de depressão, também foi abordada no estudo. Cerca de 61% dos brasileiros reportaram ter se sentido deprimidos em algum momento no último ano, com 29% vivenciando esse estado uma vez e 32% em múltiplas ocasiões.

Esses números superam a média global, que apresentou 26% em ambas as categorias. Tais dados ressaltam a crescente atenção dada à saúde mental no Brasil, considerada a principal preocupação de saúde por 54% dos entrevistados.

Abordagem da saúde mental no Brasil

• 29% acreditam que o Brasil trata saúde mental e física com igual importância.
• 45% consideram que a saúde física recebe mais atenção.
• Somente 12% percebem foco maior na saúde mental.

As respostas indicam uma crescente conscientização sobre a importância da saúde mental, um tema que está ganhando espaço nas últimas décadas.

Conforme sugerido por especialistas, como Amanda Sousa, gerente de pesquisas de saúde da Ipsos no Brasil, a priorização da saúde mental tende a aumentar, acompanhando a evolução das perspectivas sociais, especialmente entre as gerações mais jovens.

Esse relatório contribui para destacar a necessidade de estratégias públicas e políticas de saúde que abordem eficazmente o bem-estar mental, refletindo um tema que ganha cada vez mais relevância na sociedade contemporânea.