Trump promete tarifa adicional a quem “se alinhar às políticas antiamericanas do Brics”
"Não haverá exceções a esta política", disse o presidente americano, no mesmo dia em que o grupo publicou a declaração final de sua cúpula, realizada no Rio de Janeiro
Donald Trump (foto) mandou um aviso neste domingo, 6, para os países que se alinharem “com as políticas antiamericanas do Brics”.
O grupo, puxado por China, Rússia, Brasil e Índia, se encontra em cúpula no Rio de Janeiro no momento, e divulgou hoje sua declaração final, condenando ataques ao território iraniano, mas aliviando para Vladimir Putin, em guerra com a Ucrânia desde 2022.
“Qualquer país que se alinhar com as políticas antiamericanas do Brics terá de pagar uma Tarifa ADICIONAL de 10%. Não haverá exceções a esta política. Obrigado por sua atenção a este assunto”, disse o presidente americano, em curta mensagem no Truth Social, sua rede social.
A declaração final da cúpula do Brics não menciona diretamente os Estados Unidos em nenhum momento, mas manda uma série de recados ao país de Trump.
Tarifas
“O sistema multilateral de comércio está há muito tempo em uma encruzilhada. A proliferação de ações restritivas ao comércio, seja na forma de aumento indiscriminado de tarifas e de medidas não-tarifárias, seja na forma de protecionismo sob o disfarce de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global, interromper as cadeias de suprimentos globais e introduzir incerteza nas atividades econômicas e comerciais internacionais, potencialmente exacerbando as disparidades econômicas existentes e afetando as perspectivas de desenvolvimento econômico global. Expressamos sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, diz o item 13 do texto, em menção ao tarifaço de Trump.
Irã
No item 21, o Brics fala sobre os ataques preventivos de Israel ao território iraniano, e também da ofensiva americana a plantas nucleares no país, que agora faz parte do grupo de país do “Sul Global”.
“Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da situação de segurança no Oriente Médio. Expressamos ainda séria preocupação com os ataques deliberados contra infraestruturas civis e instalações nucleares pacíficas sob totais salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em violação ao direito internacional e a resoluções pertinentes da AIEA”, diz o documento.
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Comentários (2)
Fabio B
07.07.2025 07:37A posição que o Lula coloca o Brasil, alinhando-se cegamente ao BRICS e bancando o porta-voz da retórica antiamericana, é um tiro no pé. Pode ser muito desastroso pro Brasil, que depende de exportações e do comércio internacional, além de nossa vulnerabilidade econômica, bancar o valente ideológico. A aliança com a China, Rússia e Irã não traz benefícios claros. Não se sabe o que o Brasil ganha com isso. Bem, talvez só algum político ou partido em conta no exterior ganhe algo... Mas não se trata de se submeter aos EUA como cadelamente sinaliza o Bolsonaro, mas de reconhecer que estamos no entorno da maior potência do mundo. É perigoso, e no mínimo burrice geopolítica romper com os americanos abertamente assim para servir a regimes autoritários e rivais do Ocidente.
Clayton De Souza pontes
07.07.2025 07:05Realmente essa carta parece ter sido produzida a partir das últimas declarações do Itamaraty, estando alinhadas com os interesses do Irã e da Rússia. Vergonha de política externa imprestavel