Os clientes do SVB (Silicon Valley Bank), um dos principais bancos norte-americanos entre  grandes investidores de startups e empresas de tecnologia dos Estados Unidos, terão de esperar até segunda-feira para sacar o dinheiro depositado na instituição financeira. O órgão de controle responsável pelos bancos californianos decidiu fechar o estabelecimento após uma tentativa mal sucedida para aumentar a liquidez resultar em uma corrida de correntistas para sacar os recursos sob os cuidados da instituição financeira.

O FDIC (Federal Deposit Insurance Corp.), uma espécie de FGC (Fundo Garantidor de Crédito) norte-americano, avisou que todas as contas e valores segurados pela empresa serão disponibilizados até a segunda de manhã. De acordo com o FDIC, o banco possuía cerca de US$ 209 bi em ativos e US$ 175 bi em depósitos.

O fechamento do SVB balançou o mercado financeiro ontem e hoje e fez o índice de bancos regionais do S&P 500 cair quase 14% entre ontem e hoje. As ações do SVB negociadas em bolsa desabaram mais de 60% na quinta-feira, e tiveram as negociações suspensas hoje.

A derrocada do banco foi provocada pelo aumento no número de saques de investidores de Venture Capital (Capital de Risco), que são boa parte da cartela de clientes da instituição, necessitarem recompor as finanças em função do processo de aperto monetário americano. Esse movimento pressionou o banco a vender títulos do Tesouro norte-americano para honrar os saques e com isso realizar uma perda próxima a US$ 2 bi, uma vez que os papéis acumulavam prejuízo em função das altas de juros.

O SVB então tentou oferecer vender novas ações da instituição em bolsa, o que acabou aumentando a desconfiança dos clientes sobre a saúde financeira do banco.

Os acontecimentos de hoje levaram os investidores a questionarem se estariam assistindo a um novo momento Lehman Brothers, quando, em 15 de setembro de 2008, o banco de investimentos norte-americano quebrou após não conseguir mais aguentar a insolvência nos créditos imobiliários. O que é considerado o início oficial da maior crise financeira mundial recente.