O pior semestre em 40 anos O pior semestre em 40 anos
O Antagonista

O pior semestre em 40 anos

avatar
Inv Publicações para O Antagonista
4 minutos de leitura 01.07.2022 19:57 comentários
Economia

O pior semestre em 40 anos

Não é novidade que nos últimos anos passamos por eventos que marcaram a história. Sim, estou me referindo à pandemia e à guerra, mas também me refiro ao estouro, a partir desses gatilhos, das consequências das decisões dos governos e bancos centrais ao redor do mundo. O resultado? Inflação...  

avatar
Inv Publicações para O Antagonista
4 minutos de leitura 01.07.2022 19:57 comentários 0
O pior semestre em 40 anos
Foto: Sergei Tokmakov/Pixabay

Não é novidade que nos últimos anos passamos por eventos que marcaram a história. Sim, estou me referindo à pandemia e à guerra, mas também me refiro ao estouro, a partir desses gatilhos, das consequências das decisões dos governos e bancos centrais ao redor do mundo.

O resultado? Inflação.

Apesar de os números referentes ao mês de junho ainda não terem sido divulgados, já conseguimos ter uma bela noção de como será o fechamento do semestre com os dados de maio. Tanto no Brasil quanto nos EUA, os preços da cesta de consumo subiram aproximadamente 5%; ou seja, a inflação, que já estava alta em janeiro não só se manteve alta como se intensificou. Lá, a taxa anual está em 8,6%, aqui em 11,7%. Na Europa, o crescimento é ainda pior: de 4,6% para 8,6%.

Uma das respostas para combater o aumento de preços, que é completamente nocivo às classes mais baixas da sociedade, foi o aumento dos juros no mundo. O grande problema disso é que, como os novos títulos estão sendo oferecidos com taxas maiores, os títulos preexistentes se desvalorizaram, sendo que é neste mercado que grande parte do capital do mundo está.

Aqui no Brasil, por exemplo, esse processo de aumento de juros já havia começado no ano passado, alcançando a taxa de 13,25% ao ano ao fim do semestre. Nos EUA, que só começaram esse movimento de alta em março, os juros estavam entre 0% e 0,25% ao ano, e agora se encontram entre 1,5% e 1,75%. Já a Europa, atrasada nesse processo, começou e terminou o semestre sem alterar o seu juro negativo, de -0,5% ao ano.

Outra consequência do aumento dos juros é que o capital tende a circular no mundo em busca de capturar essas taxas mais atrativas, afetando diretamente o câmbio dos países envolvidos.

A Europa, por exemplo, por ter uma taxa menos atrativa, perdeu competitividade. Consequentemente, seu câmbio vem se desvalorizando contra seu principal competidor, o dólar. Com isso, a moeda americana, que em janeiro comprava 0,87 euros, hoje compra 0,96 euros, quase 10% a mais. Já o Brasil, com taxa mais atrativa e fiscalmente mais sólida que os pares emergentes, teve seu câmbio valorizado contra o dólar em 5,5%.

Uma terceira consequência do aumento de juros no mundo é a desvalorização das empresas. Isso acontece tanto porque as companhias precisam entregar muito mais resultados para gerar um retorno maior que o dos juros básicos como porque há uma fuga de capital em busca de segurança, migrando da Bolsa (foto) para esses títulos que agora estão pagando mais.

Nos EUA e na Europa, essa queda no semestre foi de 20%; no Brasil, de 6%. Calcula-se que o valor de mercado das empresas listadas no mundo, em dólares, tenha caído de 120 trilhões para 98 trilhões. Também houve uma queda muito grande no mercado de criptomoedas, de 2,2 trilhões de dólares para 860 milhões de dólares.

Mas claro: alguns mercados conseguiram, sim, resistir no semestre. Um dos principais índices de commodities, o CRB, apesar de ter sofrido uma forte queda recentemente, ainda assim fechou o período no positivo, com uma alta de 3,1%. Em grande parte porque, dessas commodities, as que mais se valorizaram foram as de energia, diretamente afetadas pelos conflitos na Europa. O XLE, ETF das empresas desse segmento, mesmo com a recente queda de 20%, fechou o semestre subindo 30%.

A destruição de valor foi gigantesca, como nunca registrada. Seja no mercado de renda fixa, de renda variável ou até de criptomoedas, no geral, as pessoas perderam dinheiro. Portanto, não se culpe se esse for o seu caso. Mas, se você quer fazer parte do grupo de pessoas que conseguiram multiplicar o patrimônio mesmo num cenário como esse, conheça as séries Inv com diferentes estratégias, como a Você Gestor e a Top Trades.

Nícolas Merola, analista CNPI da Inv Publicações.

 

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Cid implica Braga Netto para salvar delação premiada

Visualizar notícia
2

Moraes mantém delação premiada de Mauro Cid

Visualizar notícia
3

Gonet foi contra prisão de Cid após depoimento a Moraes; militar foi liberado

Visualizar notícia
4

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
5

Tarcísio defende Bolsonaro contra “narrativa disseminada”

Visualizar notícia
6

Crusoé: Thomas Sowell está vivo, Elon

Visualizar notícia
7

"Incessante perseguição política", diz líder da oposição sobre inquérito da PF

Visualizar notícia
8

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Visualizar notícia
9

Líder da Minoria sobre indiciamentos: "Narrativa fantasiosa de golpe"

Visualizar notícia
10

"Não faz sentido falar em anistia", diz Gilmar

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Mandado contra Netanyahu não tem base, diz André Lajst

Visualizar notícia
2

Bolsonaro deixou aloprados aloprarem?

Visualizar notícia
3

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Visualizar notícia
4

PGR vai denunciar Jair Bolsonaro?

Visualizar notícia
5

Tarcísio defende Bolsonaro contra “narrativa disseminada”

Visualizar notícia
6

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
7

"Não faz sentido falar em anistia", diz Gilmar

Visualizar notícia
8

A novela do corte de gastos do governo Lula: afinal, sai ou não sai?

Visualizar notícia
9

Líder da Minoria sobre indiciamentos: "Narrativa fantasiosa de golpe"

Visualizar notícia
10

Fernández vai depor na Argentina sobre suposto episódio de violência doméstica

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

alta dos juros Brasil Câmbio desvalorização empresas EUA Europa inflação Inv Publicações Nicolas Merola
< Notícia Anterior

O STF vai ter coragem de barrar a "PEC kamikaze"?

01.07.2022 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Terremoto de magnitude 6,3 atinge o sul do Irã

01.07.2022 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Inv Publicações para O Antagonista

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Agora vai, Haddad?

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
Crusoé: Thomas Sowell está vivo, Elon

Crusoé: Thomas Sowell está vivo, Elon

Visualizar notícia
Imposto de renda 21/11: Receita libera restituição de valores! Veja como receber!

Imposto de renda 21/11: Receita libera restituição de valores! Veja como receber!

Visualizar notícia
Saque-aniversário FGTS 21/11: Saiba como antecipar o seu com o Caixa Tem!

Saque-aniversário FGTS 21/11: Saiba como antecipar o seu com o Caixa Tem!

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.