Segundo o Banco Central, como o real está desvalorizado em relação ao dólar, não faz sentido dizer que a nova nota de 200 reais facilitará a lavagem de dinheiro. De acordo com parecer enviado pelo BC ao Supremo, a nova cédula valerá 39 dólares, ou seja, “muito menor que os valores das maiores cédulas das principais moedas internacionais”.

Por isso, dizem os consultores jurídicos do BC, “é no mínimo duvidoso o argumento de que a nova cédula, por si só, irá facilitar os crimes de lavagem de dinheiro e de ocultação de valores, haja vista o baixo valor de reserva que a nova cédula de duzentos reais representará em comparação com as moedas acima referidas”.

O banco apresentou um gráfico comparativo:

De acordo com o parecer, a inclusão ou retirada de cédulas de circulação “está longe de ser” um fator importante no combate à lavagem. “Mais eficiente e, por isso, ponto de maior atenção do Banco Central, tem sido o aprimoramento dos controles sobre o movimento de numerário em valores mais expressivos, independentemente da denominação”.

O parecer foi enviado à ministra Cármen Lúcia, que pediu ao BC para se manifestar sobre uma ação enviada ao Supremo pelo PSB. O partido alega que o lançamento de uma nova nota é contraditório com o incentivo ao uso de meios eletrônicos de pagamento – que, esses, sim, dificultam a lavagem de dinheiro.

No parecer ao STF, o Banco Central disse que a nova cédula será lançada para “a permitir que os cidadãos possam, com segurança, escolher o meio que mais lhe convém para dispor de seus recursos”.