Mercado precifica risco fiscal e dificulta queda da Selic
Os investidores locais não parecem estar confiantes com o comprometimento do governo na busca do déficit zero no resultado primário. É isso que aponta o movimento da curva de juros futuros...
Os investidores locais não parecem estar confiantes com o comprometimento do governo na busca do déficit zero no resultado primário. É isso que aponta o movimento da curva de juros futuros. Desde 11 de agosto, quando o mercado chegou a precificar o ciclo de cortes da Selic se encerrando com a taxa básica próxima de 8,75% a.a., as expectativas têm se deteriorado. À época, havia otimismo em função do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho ter apresentado melhora no núcleo de serviços.
De lá para cá, porém, o clima azedou. Ontem, durante a apresentação do Orçamento 2024 que apoia a ideia da eliminação do déficit primário no ano que vem em estimativas aparentemente muito otimistas, os juros futuros aceleraram a piora das taxas. Para se ter uma ideia, a Selic final precificada na curva atualmente está próxima de 9,50% a.a., ou seja, 75 pontos base acima do nível observado há menos de três semanas.
Na sessão de hoje, o mercado digere o plano do governo para o próximo ano e quanto menos acreditar no compromisso do Executivo, mais os juros futuros reduzem o limite inferior para a Selic. Além disso, os investidores também acompanham com atenção os números do PIB (Produto Interno Bruto) para o segundo trimestre. O consenso aponta para um desaceleração no crescimento econômico, que passaria para 2,7% de expansão no período, de 4% registrados nos primeiros três meses do ano.
Na agenda internacional, os dados do Payroll sobre a saúde do mercado de trabalho nos Estados Unidos devem movimentar as expectativas sobre juros por lá. A expectativa é de desaceleração na criação de vagas, que ficariam em 170 mil em agosto, após 187 mil no mês anterior. Um dado acima do esperado pode pressionar os juros futuros americanos na direção de taxas mais altas por ainda mais tempo.
No campo das commodities, o minério de ferro opera próximo a estabilidade neste início de dia, com a tonelada precificada a US$ 114,15. O petróleo tem alta significativa e sobe 1,30%, na sétima sessão consecutiva de ganhos para o combustível. Pela manhã, o barril do tipo Brent era negociado próximo aos US$ 88.
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