Mão de Lula na Petrobras mascara prejuízo milionário
A estatal se dispôs a perder quase meio bilhão de reais em oito meses para salvar a Unigel, fabricante de fertilizantes, da bancarrota
A crise em torno dos dividendos extras da Petrobras, que não foram pagos por interferência do presidente Lula na estatal, mascarou um contrato em que a petroleira se dispôs a perder quase meio bilhão de reais em oito meses para salvar a Unigel, fabricante de fertilizantes, da bancarrota.
Segundo O Globo, a companhia, que arrendou duas fábricas da Petrobras em 2019 — uma na Bahia e outra em Sergipe —, precisou paralisar as unidades após ter prejuízo em 2023.
Com bons amigos no governo, que intermediou a negociação, a Petrobras e a Unigel fecharam um acordo para que a estatal comandada pelo petista Jean Paul Prates forneça gás à empresa em troca de fertilizantes para comercialização.
Contudo, com preços do gás estão em alta e os dos fertilizantes em queda, os técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) calculam que a Petrobras poderá ter um prejuízo de 487 milhões de reais caso mantenha o acordo.
A desculpa da Petrobras
A diretoria da Petrobras justificou o contrato dizendo que o prejuízo de financiar a Unigel é menor do que fechar definitivamente as unidades arrendadas.
A diferença, que corresponde a 100 milhões de reais, seria o custo caso os funcionários da Petrobras entrassem em greve em protesto contra as demissões na Unigel.
O ministro do TCU, Benjamin Zymler, relator do caso, questiona como o fechamento de uma empresa privada com apenas 255 funcionários poderia paralisar a Petrobras.
Após a divulgação do relatório do TCU, surgiram denúncias de pressões sobre técnicos da Petrobras para validar o contrato.
Um dos alertas recebidos, diz o jornal, afirmava que funcionários do setor de recursos humanos foram coagidos a endossar o cálculo do risco de greve para justificar o acordo. Diante disso, foi iniciada uma auditoria interna que investigou e-mails, confiscou celulares e interrogou diversos executivos.
Os funcionários envolvidos negaram terem sido coagidos e a auditoria concluiu que nada de irregular havia ocorrido.
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