Conversas de bastidores indicam que Bolsonaro deve prorrogar a medida que isenta PIS/Cofins dos combustíveis por mais um mês, a partir de janeiro do ano que vem.

Se realmente levar a ideia adiante, o atual presidente deixa para Lula o ônus de cancelar um decreto que tem impacto imediato no preço cobrado nas bombas de combustíveis por todo o Brasil. A medida, além de obviamente impopular, deve impactar a inflação em cerca de 0,75 p.p., de acordo com estimativas do BTG Pactual.

No entanto, caso decida encerrar o benefício fiscal (que durante a campanha foi duramente criticado por Lula como eleitoreiro), o novo governo consegue, com uma canetada, “achar” mais R$ 50 bilhões para recompor parte do orçamento. Isso reduziria o déficit previsto para o ano que vem, de R$ 230 bilhões para R$ 180 bilhões.

A LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2023 não considera esses recursos. Portanto, no trabalho da equipe de transição, que acompanhou a montagem do orçamento até o último minuto, ninguém previu a mudança.

Economicamente, seria descuido ou descaso? Socialmente, seria desatenção ou incompetência?