Leonardo Barreto na Crusoé: “A solidão de Haddad”
É improvável que Fernando Haddad não olhe para Sérgio Massa e projete seu futuro. O ministro da Fazenda brasileiro deve ver, no seu colega argentino, um espelho do futuro, mesmo que em circunstâncias diferentes...
É improvável que Fernando Haddad não olhe para Sérgio Massa e projete seu futuro. O ministro da Fazenda brasileiro deve ver, no seu colega argentino, um espelho do futuro, mesmo que em circunstâncias diferentes. Massa tem que “suar sangue” para se manter competitivo diante do desastre econômico que ele administra, contando com a fidelidade peronista e a esquesitice de Javier Milei para seguir em frente. Nos sonhos do brasileiro, 2026 será uma transição suave, com a população satisfeita e Lula disposto a vestir o pijama e a deixá-lo em seu lugar.
Mas a vida de Haddad também é complicada. Se já não não fosse desafiador o bastante conduzir a economia e chegar popular em 2026, ele tem que enfrentar uma concorrência interna ferrenha entre seus colegas dentro de um modelo de gestão política autofágico administrado por Lula, no qual seus ministros tentam constantemente jantar o colega. Ao montar um gabinete com todas as estrelas do PT e dos partidos aliados (Haddad, Rui Costa, Wellington Dias, Camilo Santana, Geraldo Alckmin e Simone Tebet), o presidente estimula seu entorno – e pretensos sucessores – a competirem entre si por protagonismo, criando sucessivos impasses entre as pastas que, no ápice do impasse, ele próprio soluciona.
O problema é que esse modelo precisa de uma calibragem fina para funcionar. Se passar do ponto, o acúmulo de conflitos desanda e o governo paga um preço caro, como parece ser o caso quando se avalia a dificuldade que a agenda econômica tem para andar no Congresso.
Leia mais aqui; assine Crusoé e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)